quarta-feira, 24 de março de 2010

HORA DO PLANETA 2010

27 DE MARÇO DE 2010: MAIS UM DIA PARA FICAR NA HISTORIA.
No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30 (hora de Brasília), o Brasil participa oficialmente da Hora do Planeta. Das moradias mais simples aos maiores monumentos, as luzes serão apagadas por uma hora, para mostrar aos líderes mundiais nossa preocupação com o aquecimento global. A Hora do Planeta começou em 2007, apenas em Sidney, na Austrália. Em 2008, 371 cidades participaram. No ano passado, quando o Brasil participou pela primeira vez, o movimento superou todas as expectativas. Centenas de milhões de pessoas em mais de 4 mil cidades de 88 países apagaram as luzes. Monumentos e locais simbólicos, como a Torre Eiffel, o Coliseu e a Times Square, além do Cristo Redentor, o Congresso Nacional e outros ficaram uma hora no escuro. Além disso, artistas, atletas e apresentadores famosos ajudaram voluntariamente na campanha de mobilização. Em 2010, com a sua participação, vamos fazer uma Hora do Planeta ainda mais fantástica! Existem diversas formas de participação. A primeira delas é se cadastrar, no site http://www.horadoplaneta.org.br/ informe os dados necessários. É bem rápido. O cadastro dos participantes é a principal maneira que temos de avaliar quantas pessoas apagaram as luzes. Os participantes brasileiros serão somados com os de outros países, formando uma grande corrente pelo futuro do planeta. Os nomes das empresas cadastradas vão aparecer na página Quem Já aderiu. O próximo passo é espalhar a mensagem da Hora do Planeta para o maior número possível de pessoas. Convide familiares, amigos, colegas e membros da sua comunidade para participarem também.Se você utiliza as mídias sociais, como Orkut, Twitter, Youtube e Facebook, use essas ferramentas para falar com os seus amigos. Publique as notícias sobre a Hora do Planeta produzidas pelo WWF-Brasil. Dê o link para vídeos e fotos sobre o movimento postados na internet. Saiba o que acontece no mundo inteiro na Hora do Planeta. Acesse www.earthhour.org.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Exclusivo – Autoridade mundial em furacões fala à MetSul sobre ciclones tropicais na costa brasileira

O raro ciclone ainda está no oceano, mas se foi. Está longe. Ficou perto, mas não chegou ao continente como o furacão Catarina. Bateu, literalmente, na trave. Desta vez tivemos sorte. A recorrência de uma tempestade desta natureza, às vésperas do sexto aniversário do Catarina, instiga perguntas. O colaborador da MetSul em Porto Alegre André Pietko da Cunha fez, em comentário, um raciocínio provocador: "Alguém garante com 100% de certeza que o Catarina foi o primeiro furacão no Sul do Brasil ? Se a resposta for sim é no mínimo leviano. Por quê? Porque nos tempos mais remotos se uma tempestade estivesse na costa não poderíamos enxergar sequer o olho e sua anatomia. Não havia satélites, supercomputadores, etc. Conclusão ? Depois de ver agora outra tempestade com olho creio eu que houve outras tempestades consideráveis no passado".
Na conferência internacional sobre mudanças climáticas, em Nova York, nos Estados Unidos, entre 8 e 10 de março do ano passado, tive a oportunidade de conversar com o meteorologista do NOAA Stanley Goldenberg e entrevistá-lo. Ele trabalha na divisão de pesquisas de furacões do NOAA (Hurricane Research Division/AOML/NOAA) em Miami. Seu trabalho permitiu, por exemplo, permitir os mecanismos físicos responsáveis pelo El Niño e melhorias nos primeiros modelos de previsão numéricas de furacões usados pelo National Hurricane Center. Mais recentemente, dedicou-se ao estudo de vários fatores climáticos que influenciam a variabilidade da atividade de furacões no Atlântico em escalas intrasazonais e multidecadais. Participou ainda de quase vinte vôos de reconhecimento em ciclones tropicais a bordo do famoso avião P-3 do NOAA. Seu interesse pelos ciclones cresceu depois que a casa de sua família foi destruída pelo furacão Andrew de 1992. Sua história pessoal no Andrew foi retratada em documentários da National Geographic, Discovery Channel e PBS (rede pública americana). Foi o autor do primeiro trabalho publicado na revista Science que estabeleceu que o Atlântico Norte estava entrando numa fase multidecadal de maior atividade ciclônica. É ainda um dos responsáveis principais pelos prognósticos para cada temporada, a cada ano, do número de tempestades na região. MetSul: Nós tivemos um grande evento traumático no Sul do Brasil do Brasil que foi o furacão Catarina em março de 2004. Al Gore, no seu documentário, sustenta que foi um efeito do aquecimento global. É verdade ? Goldenberg: A questão é que eles querem atribuir a culpa ao aquecimento global por todo o desastre que ocorre. Eles simplesmente não entendem o passado. Eles olham uma tempestade lá e dizem que nunca viram algo assim lá, mas meteorologistas que olham para trás podem descobrir que já houve situação semelhante no passado que pode ter sido uma tempestade, mas não havia satélite. Estas tempestades, certamente, não ocorrem com freqüência no Sul do Brasil, mas o ponto é que a temperatura do mar não estava incrivelmente quente no Catarina, não estava "cozinhando", mas apenas as condições meteorológicas ideais se uniram, o que não ocorre comumente, e houve a tempestade. A questão é que enxergamos ciclos e não é preciso sair correndo culpando o aquecimento global. Isso é uma distorção. MetSul: Então é possível que um furacão tenha ocorrido no passado no Atlântico Sul, mesmo na costa brasileira, mas não havia equipamento, nenhuma tecnologia, para identificá-lo: Goldenberg: (risos) Mesmo com a tecnologia que temos hoje havia alguns cientistas que conheço que tinham problemas em entender que o Catarina foi mesmo um furacão. Eles ainda estavam brigando. Você pode imaginar como tínhamos poucos dados [no passado]. As pessoas não conseguem entender que nós temos uma tempestade, vamos dizer como o furacão Wilma, um categoria 5 muito intenso, Katrina e outros, e como temos coletado muitos dados nestas tempestades. Compare com as tempestades dos anos 50, 40 ou de 1900. Podíamos ter apenas uma observação para dizer o quanto a tempestade era forte. Você está tentando ter uma idéia de como é a cidade de Nova York e você uma uma pessoa com uma câmera tirando algumas fotos versus aeronaves sobrevoando a cidade tirando fotos aéreas, satélites e mil pessoas correndo com câmeras. Essa é a diferença. Ter uma imagem de furacão 40 ou 50 anos atrás comparada aos dias de hoje. MetSul: Todas as vezes que falamos sobre Catarina, nosso furacão de 2004, a questão mais freqüente feita pelas pessoas, especialmente da costa, é: pode acontecer de novo ? Goldenberg: Aconteceu antes, pode acontecer de novo. E as pessoas têm que estar atentas. Espero que seja um evento raro porque é difícil ter tempestades na região, mas certamente pode acontecer de novo e a gente de lá tem que ter consciência disso.

Foto feita por Goldenberg a bordo de um avião caça-furacões que estava no olho do furacão Diana em 1984

MetSul: Eu posso te relatar que depois de 2004, após o furacão, nenhuma medida foi adotada pela defesa civil e os governos locais para se preparar para um outro evento deste tipo como o Catarina. O que você diria as autoridades brasileiras ? Goldenberg: Existe um velho provérbio russo que diz espere pelo melhor, que nunca mais sejamos atingidos, mas prepare-se para o pior. E elas devem adotar medidas razoáveis. Aprendemos com nosso erro e vamos estar mais preparados na próxima vez. MetSul: Então elas devem se preparar....mesmo se ocorra daqui a dez ou vinte anos ? Goldenberg: Eles estarão muito agradecidos se estiverem preparados. Não digo que devam gastar uma fortuna se preparando, mas deveriam se sentar e discutir o que é possível ser feito com o orçamento que temos para estar preparado para a próxima vez e ter algumas coisas prontas. Acontece é que você não vai ter um aviso cinco dias antes. Esse é o problema. Quando acontecer, você poderá ter dois, três, quiçá um dia, de aviso prévio. Eduque-se a população e diga que nunca mais esperamos que aconteça, mas torça pelo melhor, contudo se preparando para o pior.

Autor: Alexandre Amaral de Aguiar Publicado em 11/03/2010 (DIRETO DA METSUL)

Imagens fantásticas da tempestade tropical na costa gaúcha

A rara e histórica tempestade tropical sem nome que formou-se no litoral do Rio Grande do Sul acabou por produzir imagens espetaculares. Tanto que chamou a atenção da comunidade meteorológica mundia. O NOAA divulgou uma belíssima imagem do sistema feita no dia 11 de março, quando o ciclone já estava afastado da costa e encaminhava-se para a condição de extratropical.

Também a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, liberou imagens de seus satélites da tempestade tropical na costa gaúcha. A mais espetacular é uma em 3D do satélite que faz estimativa de chuva, mostrando a estrutura vertical da tormenta a partir das precipitações.

Já a divisão de satélites da Universidade de Wisconsin divulgou uma imagem incrível que mostra a presença de ondas gravitacionais junto ao centro do sistema tropical que estava junto ao litoral do Rio Grande do Sul.

Um dos fatores que inibem a formação de ciclones tropicais na nossa região é a alta divergência. Esta imagem da Universidade de Wisconsin mostra que durante a formação do sistema a divergência era de 20 nós, elevada para os padrões de regiões de formação de ciclones tropicais, mas baixo para os padrões nossos regionais.

Autor: Alexandre ASULmaral de Aguiar Publicado em 12/03/2010 02:55 (DIRETO DA METSUL)

Rara tempestade tropical formada entre as costas gaúcha e catarinense é batizada Anita

Os centros meteorológicos regionais e as empresas de Meteorologia do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em conjunto, decidiram batizar a rara tempestade tropical que se formou na costa da região entre os dias 9 e 10 de março, classificada pela Meteorologia dos Estados Unidos sob o código 90Q, com o nome Anita, em alusão à figura de Anita Garibaldi. A escolha de um nome feminino levou em conta a formação do ciclone após o Dia Internacional da Mulher e foi determinada a partir de personagem que pudesse representar as histórias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os dois estados afetados pela tempestade. Nascida na cidade catarinense de Laguna, Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, que entrou para a história como Anita Garibaldi, morreu jovem na Itália em agosto de 1849. Conhecida como a heroína dos dois mundo, teve ativa participação durante a Revolução Farroupilha e na República Juliana, sendo recordada até hoje pela coragem e bravura. O Atlântico Sul, por ser uma região do planeta onde ciclones tropicais são muito raros, não possui um centro meteorológico de área escolhido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) que promova o acompanhamento regular e a previsão deste tipo de fenômeno, quando eles ocorrem. Inexistindo centro meteorológico de área encarregado dos prognósticos para este tipo de tempestades, também não há uma lista de nomes nem tampouco uma instituição previamente encarregada da escolha dos nomes e a respectiva designação dos ciclones tropicais. Entendendo que para menções e estudos futuros, e, principalmente, a fim de facilitar a comunicação com o público, a escolha de um nome localmente conhecido para a rara tempestade mostra-se mais adequada que a utilização de um código numérico gerado no exterior. O nome Anita já foi utilizado antes para designar ciclones tropicais no Atlântico Norte, Oeste do Oceano Pacífico e no Sudoeste do Oceano Índico. Agora, batizará a segunda tempestade tropical até hoje observada na costa brasileira. Antes, Anita foi utilizada nas seguintes tempestades ao redor do mundo: Atlântico Norte 1977 – Furacão Anita (Categoria 5) Oceano Pacífico: 1950 – Tempestade tropical Anita (T5038) 1955 – Tufão Anita (T5504) 1959 – Depressão Tropical Anita (07W) 1961 – Tempestade tropical Anita (60W) 1964 – Tempestade tropical Anita (T6421, 33W) 1967 – Tufão Anita (T6706, 06W) 1970 – Super Tufão Anita (T6706, 06W) 1973 – Tufão Anita (T6706, 06W)1976 – Tufão Anita (T7612, 12W) Oceano Índico: 1967 – Ciclone Anita 2006 – Tempestade Tropical Moderada Anita Os centros meteorológicos regionais e as empresas de Meteorologia do Sul do Brasil abaixo nominados a partir de hoje passarão a designar a tempestade tropical como Anita em todas as suas análises e comunicados públicos. Ciram/Epagri (Florianópolis – SC) Atmosfera Meteorologia (Pelotas – RS)Central RBS de Meteorologia (Porto Alegre - RS e Florianópolis – SC) Climaterra (São Joaquim – SC) Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Rural (Florianópolis – SC) MetSul Meteorologia (São Leopoldo – RS) Autor: Eugenio HackbartPublicado em 12/03/2010 14:31

terça-feira, 16 de março de 2010

Descargas Atmosfericas

O que são as Descargas Atmosféricas; Como ocorrem; Descargas nuvem-solo; Raios de polaridade negativa; Líder escalonado; Descarga de retorno; Líder contínuo; Raios Múltiplos; Raios de Polaridade Positiva O que são as Descargas Atmosféricas Descargas atmosféricas são descargas elétricas de grande extensão (alguns quilômetros) e de grande intensidade (picos de intensidade de corrente acima de um quiloàmpere), que ocorrem devido ao acúmulo de cargas elétricas em regiões localizadas da atmosfera, em geral dentro de tempestades. A descarga inicia quando o campo elétrico produzido por estas cargas excede a capacidade isolante, também conhecida como rigidez dielétrica, do ar em um dado local na atmosfera, que pode ser dentro da nuvem ou próximo ao solo. Quebrada a rigidez, tem início um rápido movimento de elétrons de uma região de cargas negativas para uma região de cargas positivas. Existem diversos tipos de descargas, classificadas em função do local onde se originam e do local onde terminam. Como ocorrem Descargas atmosféricas podem ocorrer da nuvem para o solo, do solo para a nuvem, dentro da nuvem, da nuvem para um ponto qualquer na atmosfera, denominados descargas no ar, ou ainda entre nuvens. De todos os tipos de descargas, as intra-nuvem são as mais freqüentes, em parte devido ao fato de a capacidade isolante do ar diminuir com a altura em função da diminuição da densidade do ar, em parte devido às regiões de cargas opostas dentro da nuvem estarem mais próximas que no caso dos outros relâmpagos. Globalmente, elas representam cerca de 70% do número total de descargas. Este percentual varia com a latitude geográfica, sendo em torno de 80-90% em regiões próximas ao equador geográfico e em torno de 50-60% em regiões de médias latitudes. Descargas nuvem-solo As descargas nuvem-solo, também denominados raios, são as mais estudados devido ao seu caráter destrutivo. Elas podem ser divididas em dois tipos ou polaridades, definidas em função do sinal da carga efetiva transferida da nuvem ao solo: negativas e positivas. Os raios negativos, globalmente cerca de 90% dos raios, transferem cargas negativas (elétrons) de uma região carregada negativamente dentro da nuvem para o solo. Os raios positivos, cerca de 10%, transferem cargas positivas de uma região carregada positivamente dentro da nuvem para o solo (na realidade, elétrons são transportados do solo para a nuvem). Os raios duram em média em torno de um quarto de segundo, embora valores variando desde um décimo de segundo a dois segundos têm sido registrados. Durante este período, percorrem na atmosfera trajetórias com comprimentos desde alguns quilômetros até algumas dezenas de quilômetros. A corrente elétrica, por sua vez, sofre grandes variações desde algumas centenas de àmperes até centenas de quiloàmperes. A corrente flui em um canal com um diâmetro de uns poucos centímetros, denominado canal do relâmpago, onde a temperatura atinge valores máximos tão elevados quanto algumas dezenas de milhares de graus e a pressão valores de dezenas de atmosferas. Embora o raio possa parecer para o olho humano uma descarga contínua, na verdade em geral ele é formado de múltiplas descargas, denominadas descargas de retorno, que se sucedem em intervalos de tempo muito curtos. Ao número destas descargas, dá-se o nome de multiplicidade do raio. Durante o intervalo entre as descargas, variações lentas e rápidas de corrente podem ocorrer. Raios de Polaridade Negativa Um raio negativo é formado por diversas etapas. Ele inicia com fracas descargas na região de cargas negativas dentro da nuvem, em geral em torno de 5 km, que se deslocam em direção ao centro inferior de cargas positivas ao longo de um período de cerca de 10 millisegundos (ms) denominado período de quebra de rigidez preliminar. Ao final do processo de quebra de rigidez, uma fraca descarga luminosa, geralmente não visível, denominada líder escalonado, se propaga para fora da nuvem em direção ao solo com uma velocidade em torno de 400.000 km/h ao longo do canal de relâmpago. Por transportar cargas negativas, o líder escalonado é dito ser negativo. Líder Escalonado O líder escalonado segue um caminho tortuoso e em etapas, cada uma delas percorrendo de 30- 100 m e com duração em torno de um microsegundo, em busca do caminho mais fácil para a formação do canal. Ao final de cada etapa, há uma pausa de cerca de 50 microsegundos. A maior parte da luminosidade é produzida durante as etapas de um m s, praticamente não havendo luminosidade durante as pausas. Ao todo, o líder escalonado transporta dez ou mais coulombs de carga e aproxima-se do solo em média em 20 ms, dependendo sobre a tortuosidade de seu caminho. A corrente média do líder escalonado é de algumas centenas de àmperes, com pulsos de ao menos um quiloàmpere (kA) correspondentes a cada etapa. Geralmente o líder escalonado ramifica-se ao longo de vários caminhos, embora na grande maioria das vezes um só ramo atinja o solo. Quando o líder escalonado aproxima-se do solo a uma distância de algumas dezenas a pouco mais de uma centena de metros, as cargas elétricas no canal produzem um campo elétrico intenso entre a extremidade do líder e o solo, correspondente a um potencial elétrico da ordem de 100 milhões de volts. Este campo causa a quebra de rigidez do ar em um ou mais pontos no solo fazendo com que um ou mais líderes ascendentes positivos, denominadoslíderes conectantes, saiam do solo propagando-se de forma similar ao líder escalonado. As poucas medidas da velocidade de líderes conectantes indicam valores similares a dos líderes escalonados. Em cerca de 30% dos casos, mais de um líder surge a partir de diferentes pontos no solo. Descarga de Retorno No instante que um líder conectante encontra o líder escalonado, as cargas armazenadas no canal de líder escalonado começam a mover-se em direção ao solo na forma de uma intensa descarga acompanhada de um intenso clarão que propaga-se para cima ao longo do canal com uma velocidade de cerca de 400.000.000 km/h, cerca de um terço da velocidade da luz, iluminando o canal e todas as ramificações. A velocidade do clarão é máxima próxima do solo, diminuindo em até 50% próximo à base da nuvem. Esta descarga, denominada de descarga de retorno, dura cerca de 100 microsegundos e produz a maioria da luz que vemos. As cargas depositadas no canal, bem como aquelas ao redor e no topo do canal movem-se para baixo, produzindo no ponto de contato do líder conectante com o solo (denominado base do canal) um pico de corrente médio de cerca de 30 kA, com variações desde uns poucos quiloàmperes até centenas de quiloàmperes. Valores superiores a 200 kA correspondem a menos de 0,1% dos casos. Até o presente, os máximos valores de corrente de raios negativos já registrados no solo são em torno de 280 kA. Em geral, a corrente da descarga de retorno atinge seu pico em cerca de 10 microsegundos e decai a metade deste valor em cerca de 100 microsegundos, perdurando em média 200 a 400 ms. A corrente no início aumenta lentamente, correspondendo ao período que antecede ao encontro da descarga conectante com o líder escalonado, passando então a aumentar mais rapidamente, apresentando uma máxima variação pouco antes de atingir o pico. Após atingir o pico, a corrente diminui de forma mais lenta indicando que menos carga é depositada nas regiões mais altas do canal durante o movimento descendente do líder escalonado. A carga negativa média transferida ao solo durante uma descarga de retorno é ao redor de dez coulombs. Se após a descarga de retorno o raio terminar, ele é denominado um raio simples. Cerca de 20% dos raios negativos são simples, embora este valor possa variar grandemente de uma tempestade para outra. Na maioria dos casos, contudo, após uma pausa de um a 500 ms (valores médios em torno de 40 a 90 ms) uma nova descarga de retorno ocorre. Esta nova descarga é denominada descarga de retorno subsequente. Para que ela ocorra, entretanto, é necessário que outras cargas dentro da nuvem sejam transportadas para a região onde se iniciou o líder escalonado. Neste transporte, descargas denominadas descargas K ocorrem dentro da nuvem. Líder Contínuo Quando as novas cargas transportadas dentro da nuvem atingem a região do canal formado pela primeira descarga de retorno, um novo líder, denominado líder contínuo, ocorre. Este líder irá abrir o caminho para a descarga de retorno subsequente. Diferentemente do líder escalonado, o líder contínuo propaga-se como um segmento de corrente com um comprimento entre 10 e 100 m, ao longo do canal já ionizado pelo líder escalonado, de uma forma contínua e sem apresentar as ramificações típicas do líder escalonado. A duração do líder contínuo é em torno de um millisegundo e a velocidade média é em geral bem maior do que a do líder escalonado, com valores em torno de 4.000.000 km/h, devido a já existência do canal. A corrente no canal é da ordem de um quiloàmpere e a carga transportada é da ordem de um coulomb. Todavia, em muitos casos o líder contínuo pode desviar-se ao longo do trajeto seguindo um novo caminho, devido ao decaimento do canal inicial ou devido a fortes ventos, passando a apresentar um comportamento similar a um líder escalonado, sendo denominado líder contínuo-escalonado. Isto ocorre principalmente quando o tempo após uma descarga de retorno é maior do que 100 ms. Nestes casos, a velocidade do líder tende a ser menor e a nova descarga de retorno irá ocorrer a partir de um líder conectante proveniente de um ponto diferente no solo. Raios deste tipo são conhecidos como raios bifurcados. Evidências indicam que cerca de 30-50% dos raios negativos são bifurcados. Em poucos casos, o líder contínuo pode subitamente interromper seu trajeto na atmosfera, não produzindo uma descarga de retorno subsequente. Quando o líder contínuo aproxima-se alguns metros do solo, após cerca de 50 microsegundos de seu início, surge novamente um líder conectante (neste caso de apenas alguns metros de extensão) e tem-se então a descarga de retorno subsequente. A velocidade da descarga de retorno subsequente tende a ser levemente maior do que a velocidade da primeira descarga de retorno. Os pulsos de radiação gerados pelo líder contínuo possuem máxima intensidade na faixa de centenas de megahertz. Raios Múltiplos Raios com diversas descargas de retorno subsequentes são denominados raios múltiplos. O pico de corrente das descargas de retorno subsequentes tende a ser menor do que a intensidade da primeira descarga de retorno, com valores típicos em torno de 10 kA. A corrente de descargas de retorno subsequentes tende também a atingir o pico mais rapidamente, em torno de 1 microsegundo, devido ao menor comprimento da descarga conectante e a durar por um período menor, em torno de 50 microsegundos. Os pulsos de radiação associados às descargas de retorno subsequentes, por sua vez, tendem a ser similar aquele da primeira descarga de retorno, apenas de menor intensidade. Em média, um raio negativo possui de 3 a 6 descargas de retorno, sendo que em cerca de 1% dos casos 6 ou mais descargas ocorrem. Há registros de mais de 26 descargas de retorno em um único raio negativo. Raios de Polaridade Positiva Os raios positivos seguem de um modo geral as mesmas etapas descritas para os negativos, porém com algumas diferenças. Em geral, iniciam-se a partir de um líder com uma luminosidade mais fraca do que a de um líder escalonado de um raio negativo, que se propaga a partir de uma região de cargas positivas dentro da nuvem, não apresentando etapas e sim uma luminosidade contínua, porém com variações periódicas de intensidade. Na maior parte das vezes, costumam apresentar somente uma descarga de retorno, cuja intensidade média é levemente maior do que a dos negativos.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Noticia do Blog "Direto da Metsul" do dia 27/01/2010

Criciúma vive drama com forte temporal e MetSul Meteorologia alerta para mais instabilidade no Sul e Sudeste do Brasil

Tromba d’água (tornado sobre a água) foi registrada hoje em Maquiné, no Litoral Norte gaúcho. Trata-se de um fenômeno que pode ocorrer com ar quente e úmido, sobretudo sob influência de uma área de baixa pressão, como é o caso de agora. Há vários precedentes de trombas d’água ou nuvens funis no Litoral Norte e na Lagoa dos Patos durante a atuação de sistemas de baixa pressão.

A imagem de satélite do fim da tarde mostrava muitas áreas de instabilidade no Sul e Sudeste do Brasil, geradas pela combinação de umidade e aquecimento diurno. Em Porto Alegre, por conta das sucessivas pancadas isoladas, a chuva até o fim da tarde de hoje tinha uma enorme variabilidade em volumes, variando de 2 milímetros no Moinhos de Vento a 22 no Jardim Botânico. A instabilidade aqui no Estado foi maior no Leste, como se esperava, porque existe um sistema da baixa pressão atuando na costa, na altura da Lagoa dos Patos.

As duas áreas assinaladas na foto de satélite, uma no Sudeste do Rio Grande do Sul, e outra maior que cobre Santa Catarina, Paraná e São Paulo são as regiões que a MetSul acredita existe o maior potencial para chuva forte a intensa localizada nesta quinta com risco de transtornos, apesar de ser provável que ocorram pancadas fortes localizadas em outros pontos não indicados na duas áreas de risco. A instabilidade maior, que se concentrou nesta quarta entre Porto Alegre e Camaquã, com pancadas freqüentes, e que chegaram a acumular 50 milímetros na região de Camaquã, se desloca nesta quinta para o Sul, acompanhando a migração da área de baixa, aumentando a chuva possivelmente nas áreas de Bagé, Chuí, Pelotas e Rio Grande.

Nada, contudo, superou em intensidade o que ocorreu em Criciúma. A cidade foi castigada à tarde por um temporal que despejou 90 milímetros de chuva em poucos minutos, segundo medição da comunidade feita na área central da cidade. Criciúma literalmente mergulhou no caos. Pelo menos 15 bairros foram atingidos, inclusive os que ficam em regiões mais altas, mas a área mais afetada foi mesmo o Centro. (clique para ampliar as duas fotos abaixo).

O telhado e paredes de uma empresa no bairro Argentina desabou devido ao forte vento. Duas pessoas sofreram fraturas e foram socorridas. Além de destelhar centenas de residências em várias comunidades da região de Criciúma, a ventania provocou a queda de muitas árvores. Em Forquilhinha, o vento assustou os moradores.

A MetSul Meteorologia alerta que os volumes de chuva podem ser muito altos nas próximas 48 horas no Leste e Nordeste catarinense, além do Paraná. Não se pode descartar que volte a chover forte no Sul de Santa Catarina. Veja a projeção de chuva acuamulada (em milímetros) do modelo norte-americano GFS entre 27 e 29/01:

Preocupa muito ainda a situação de São Paulo, já que as barragens estão no seu nível máximo na Grande São Paulo e deve chover em excesso com elevados volumes, pelo menos, até o próximo domingo em vários pontos do estado paulista. (Foto aérea de Wilson Cardoso/Brigada Militar em Maquiné e do portal Engeplus.com.br em Criciúma com agradecimento para o jornalista Nei Manique)

Autor: Luiz Fernando Nachtigall Publicado em 27/01/2010 23:22

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Muita instabilidade no Sul e Sudeste do Brasil

A imagem de satélite do fim da tarde de hoje (abaixo) mostrava áreas de instabilidade sobre o Sudoeste e o Norte do Rio Grande do Sul, mas que eram mais intensas e generalizadas em Santa Catarina, São Paulo e no Rio de Janeiro. A capital paulista e região voltaram a sofrer ontem com inundações enquanto a cidade do Rio de Janeiro teve forte temporal. O ar quente e a enorme disponibilidade de umidade, trazida pelas correntes de vento da Amazônia e pelo anômalo aquecimento do Atlântico, vão seguir favorecendo chuva intensa e temporais no Sul e Sudeste no restante da semana. São os temporais típicos de verão que formam áreas de instabilidade isoladas, algumas intensas, que geram chuva forte e mesmo vento forte ou granizo em alguns pontos bastante localizados.

Algumas análises internacionais (abaixo) até sugeriam nesta segunda-feira que a Zona Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que tradicionalmente atua no Sudeste, poderia avançar até o Norte gaúcho, algo incomum e que gerou grande debate interno na MetSul, favorecendo chuva de verão aqui no Estado e forte no Leste catarinense na segunda metade da semana.

Um outro dado que nos chamou especial atenção por ser crível é a projeção do modelo europeu de que a área de baixa pressão medíocre em intensidade, mencionada no post anterior, poderia gerar um fluxo de umidade do mar para o continente no Leste do Rio Grande do Sul nesta terça, trazendo chuva (imagem abaixo da projeção de chuva do Europeu para a primeira metade da terça), solução que não é acompanhada pela maioria dos demais modelos.

Na quarta, de acordo com o Europeu, o fluxo de umidade se manteria, afetando principalmente a região de Pelotas e Rio Grande (imagem acima). Já na quinta, pelo mesmo modelo, seguiria a instabilidade no Sudeste gaúcho com forte intensificação da chuva junto ao Leste catarinense.

Autor: Eugenio Hackbart Publicado em 25/01/2010 22:15 Fonte: Blog Metsul

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ONU insiste em coordenar negociações sobre clima pós-Copenhague

Por Alister Doyle e Gerard Wynn

OSLO/LONDRES (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) insistiu na quarta-feira em continuar coordenando as negociações sobre um novo pacto climático, apesar dos resultados pífios da cúpula de Copenhague no mês passado, quando poucos países apoiaram um acordo pouco ambicioso.

Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, afirmou que as negociações em 2010 seriam baseadas nas conversações da ONU iniciadas em 2007 sobre como ampliar o Protocolo de Kyoto e envolver todos os países com iniciativas.

O Acordo de Copenhague, com três páginas, patrocinado por grandes emissores, incluindo Estados Unidos e China, poderia, no entanto, ser um estímulo valioso para um acordo no próximo encontro da ONU no México em novembro, afirmou De Boer.

"Imagino que na teoria seria possível ter uma estrutura paralela, mas isso me parece um exercício incrivelmente ineficiente," disse ele numa conferência à imprensa via Internet a partir de Bonn, sobre a perspectiva de também negociar sobre o Acordo de Copenhague.

O Acordo de Copenhague busca restringir o aquecimento global para menos de 2 graus Celsius acima da era pré-industrial e oferece a perspectiva de 100 bilhões de dólares anuais em ajuda financeira para os países em desenvolvimento a partir de 2020.

O documento, por outro lado, omite o estabelecimento dos cortes nas emissões de gases-estufa necessários até 2020 ou 2050, para alcançar a meta da temperatura.

De Boer deixou em aberto, porém, se a reunião do México teria como resultado um tratado legalmente vinculante como pedido por muitos países.

Ele falou em "México ou depois" para os textos finais que buscam intensificar uma iniciativa para desacelerar novas ondas de calor, inundações, extinção de espécies, fortes tempestades e elevação do nível do mar.

O fracasso das negociações da ONU para chegar a um acordo -- apesar do prazo estabelecido para o fim de 2009, após dois anos de conversações iniciados em Bali, na Indonésia, em 2007 -- lançou dúvidas sobre o futuro papel da organização.

Grandes emissores, como China, EUA, Rússia ou Índia, poderão preferir simplesmente negociar em grupos menores, como o G20 ou o Fórum das Maiores Economias dos países responsáveis por cerca de 80 por cento das emissões mundiais.

FONTE: WWW.G1.COM.BR

Dias de tempo seco após mais uma onda de temporais

Chuva forte e temporais atingiram ontem várias regiões, sobretudo o Centro e o Oeste, onde vários pontos tiveram em poucas horas chuva superior à média do mês. Ainda na madrugada da terça-feira, o Oeste registrou intensas precipitações, resultado de um CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala), um aglomerado de nuvens carregadas.

Foi o que trouxe chuva de 50 milímetros em apenas uma hora para cidades como São Borja e Alegrete. Em São Borja, foram 145 milímetros em apenas doze horas. Na Argentina, o CCM causou vento de 100 km/h e chuva de 190 milímetros em poucas horas em Resistencia.

Durante o dia, com o aprofundamento de um sistema de baixa pressão no Prata, frente fria se organizou sobre o Estado (imagem acima), trazendo mais chuva forte. Aí foi a vez do da região central do Rio Grande do Sul ser a mais castigada com acumulados superiores a 100 milímetros na área de Santa Maria. Em Nova Palma, onde uma barragem cedeu parcialmente ontem, a chuva só deste mês está entre 500 e 600 milímetros, muito acima da média mensal de 130 milímetros. Em Caçapava do Sul, jovem morreu atingido por raio.

A imagem de satélite (acima) da manhã desta quarta-mostra o centro de baixa pressão bem afastado do continente, mas ainda existe nebulosidade associada a um sistema frontal sobre a Metade Norte gaúcha, Santa Catarina e o Paraná. O risco de temporais se afasta para o Norte do Sul do Brasil e o sol que já aparece no Sul e no Oeste do Estado desde o começo da manhã deve se fazer presente na maioria das regiões no decorrer do dia, mas com mais nuvens ainda no Norte e Nordeste gaúcho, onde alguns pontos podem ter até chuva moderada e/ou forte. O tempo seco e ensolarado predomina nos próximos dias com marcas amenas à noite, e até um pouco de frio na Campanha e na Serra, mas calor de até 30ºC à tarde. Nesta quinta, contudo, não se pode descartar instabilidade fraca e isolada com mais nuven no Nordeste do Estado, inclusive na Grande Porto Alegre, sobretudo na primeira metade do dia.

Autor: Eugenio Hackbart Publicado em 20/01/2010 08:27

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Concentração de gases de efeito estufa é recorde, diz ONU

Emissões

Emissões aproximam planeta do 'pior cenário', diz WMO

A agência da ONU especializada em meteorologia divulgou nesta segunda-feira um relatório que indica que a concentração de gases causadores do efeito estufa atingiu em 2008 um nível recorde na atmosfera.

De acordo com o relatório da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), em 2008 a concentração de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa, chegou a 385,2 partes por milhão (ppm), um aumento de 2 ppm em relação ao ano anterior.

“Em 2008, as concentrações globais de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, que são os principais gases do efeito estufa persistentes na atmosfera, atingiram o mais alto nível registrado desde os tempos pré-industriais”, diz o documento.

Além disso, a WMO diz que a concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera continua a aumentar, “até mesmo um pouco mais rápido”, disse o chefe da agência, Michel Jarraud, em uma coletiva em Genebra.

Segundo ele, essa tendência leva a um prognóstico pessimista quanto à elevação da temperatura global.

Copenhague

A WMO monitora a concentração desses gases na atmosfera por meio de uma rede de estações localizadas em mais de 50 países.

O boletim divulgado nesta segunda-feira é o quinto de uma série anual iniciada em 2004 e é divulgado às vésperas da Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.

A reunião de Copenhague tem como objetivo fechar um novo acordo global sobre o clima para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

Mais de 60 chefes de Estado e de governo, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, já confirmaram participação na reunião.

Jarraud disse que os dados da WMO mostram que o mundo está “de fato mais próximo do cenário mais pessimista” em relação ao aquecimento global nos próximos anos.

“Isso reforça o fato de que é preciso adotar medidas o mais rápido possível”, disse. “Estamos esperando que Copenhague dê origem a uma decisão significativa em relação aos gases do efeito estufa. Quanto mais adiarmos uma decisão, maior será o impacto.”

O pior cenário quanto ao aquecimento global, divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) em um relatório de 2007, prevê um aumento de temperatura de entre 2,4ºC e 6,4ºC até o fim do século.

Fonte: BBC Brasil

Obama vai propor corte de 17% em emissões dos EUA até 2020

Obama

Barack Obama deve ir a Copenhague antes dos outros líderes mundiais

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai propor um plano de redução das emissões americanas de gases que causam o efeito estufa em etapas, começando com 17% até 2020, de acordo com informações anunciadas pela Casa Branca.

A proposta será apresentada na reunião das Nações Unidas sobre mudança climática em Copenhague, em dezembro.

Obama confirmou presença no encontro, que será realizado na capital dinamarquesa entre 7 e 18 de dezembro, mas não deve participar dos últimos dias da conferência, quando mais de 60 líderes estarão presentes.

A reunião com representantes de 192 países tem o objetivo de produzir um acordo de combate à mudança climática para substituir o atual Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

De acordo com a Casa Branca, os Estados Unidos devem prometer cortes de 17% até 2020, 30% até 2025, 42% até 2030 e 83% até 2050.

Segundo nota oficial, durante sua visita a Copenhague, em 9 de dezembro, Obama deve traçar os planos para "uma contribuição significativa para um problema que os Estados Unidos negligenciaram por tempo demais".

Nobel da Paz

A Casa Branca afirma que Obama irá para Copenhague antes de viajar a Oslo, na Noruega, no dia 10, onde receberá o prêmio Nobel da Paz.

Entre os chefes de governo e Estado que também devem ir à Dinamarca estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

A confirmação da presença de Obama e de uma proposta concreta de redução das emissões americanas aumenta as expectativas de um resultado positivo para a reunião em Copenhague.

O presidente americano deve ir à capital dinamarquesa antes do chamado segmento de alto nível da conferência, que costuma acontecer nos últimos dois dias do encontro (17 e 18).

Na sexta-feira, o chefe das Nações Unidas para mudança climática, Yvo de Boer, havia afirmado que a presença de Obama "faria uma enorme diferença".

Geralmente, são ministros de meio ambiente que participam dos últimos dias das reuniões anuais de mudanças climáticas da ONU.

O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, afirmou que a participação dos chefes de Estado será "crucial" para o sucesso do encontro.

Fonte: BBC Brasil

domingo, 22 de novembro de 2009

Uruguai luta contra enchentes e recupera estragos de violento tornado

Assim como prognosticava a MetSul Meteorologia na quarta-feira e confirmando a tendencia informada por nossos meteorologistas, o mesmo sistema frontal responsável pelos temporais que deixaram pelo menos 9 mortos no Sul do Brasil trouxe temporais destrutivos e chuva excessiva para o Uruguai. O caso mais grave se deu no departamento uruguaio de Young na quinta-feira, mesmo dia do violento vendaval em Porto Alegre e no Litoral Norte. Conforme informou a edição de ontem do jornal El País, de Montevidéu, o tornado virou um trator de sete toneladas e partiu um avião agrícola. Moradores descreveram que o tornado cruzou Rio Negro pelo Noroeste, "subindo e baixando", poupando algumas casas. Um trailer, utilizado como abrigo para funcionários de uma chácara, foi parar a 500 metros de distância. Dois tanques de 15 mil litros voaram, atravessaram ruas e uma rodovia nacional, sendo encontrados a mais de um quilômetro do ponto onde estavam. O temporal da quinta-feira no Uruguai derrubou centenas de árvores, postes, redes de alta tensão, e ainda houve queda de granizo e chuva copiosa. Leia o informe do El País:

"Un tornado volcó un tractor de 7.000 kilos y partió un avión fumigador ayer en Young. No causó heridos. Hay unos 200 evacuados en Artigas, Río Branco, Salto, Treinta y Tres y Durazno. En Rivera y Melo varias personas volvieron a sus hogares. El tornado se registró ayer sobre las 6 de la mañana. Según los afectados, atravesó Río Negro desde el noroeste, ‘subiendo y bajando porque, insólitamente, a algunas casas les pasó por encima sin producir daño'. Granizó y llovieron 70 milímetros en dos horas. Las piedras no habrían causado daños graves en cultivos prontos para cosechar. Agricultores y técnicos evaluaban ayer las pérdidas en trigo y cebada.

A 15 kilómetros al Este de Young, en ‘El Trébol' -establecimiento de la firma argentina Kamir S.A.- el fenómeno destruyó tres galpones, que no resistieron pese a sus estructuras de hormigón, hierro y chapas. Afectó una franja de aproximadamente 500 metros de ancho; "arrasó con todo lo que encontró", dijo el encargado, Luis Bocho. El viento cruzó a 20 metros de donde descansaban empleados de la empresa, contó. Una casa rodante de gran porte, usada para vivienda del personal en las chacras, apareció a 500 metros, dos tanques de 15.000 litros volaron, atravesaron alambrados, cruzaron vías y la ruta 25: quedaron a más de un kilómetro.

En el establecimiento ‘Don Esteban', cerca de Young, la turbonada voló un galpón, árboles y una torre de radio, mientras que un trailer de camión fue volcado, narró su responsable Hugo Cuevas. En zonas rurales cayeron columnas de UTE y líneas de alta tensión. En Artigas el viento voló el techo en un galpón en un establecimiento rural y en otro tiró 40 eucaliptus y alambrados. Y cayó una torre de radio, informó Juan Eguillor, encargado del Centro Coordinador de Emergencia de Artigas. En la ciudad de Young cayeron más de 100 árboles, columnas y cables, volaron techos y varias viviendas fueron anegadas, informó la Junta Local".
Boletim da Dirección Nacional de Meteorologia informa que entre as 7 horas de quinta e as 7 horas de sexta-feira choveu 310 milímetros na localidade de Valle Éden, departamento de Tacuarembó. O excesso de chuva agrava as inundações no Uruguai, sobretudo em, Salto, Artigas e Rio Branco. Várias regiões do país estão debaixo d'água, principalmente no Norte e no Noroeste do território uruguaio. Em Rivera, até ontem, a chuva já somava no mês cerca de 370 milímetros. Em Rio Branco, às margens do Rio Yaguarón, os comerciantes dos free shops tão procurados pelo público gaúcho estavam prestes a remover as mercadorias, uma vez que a água já estava nas portas dos estabelecimentos. A má notícia, segundo os meteorologistas da MetSul, é que hoje e no início do domingo pode chover muito no Uruguai. A boa é que no decorrer deste domingo o tempo tende a melhorar no país vizinho. (Imagens: Reprodução El País)
Autor: Alexandre Amaral de Aguiar Publicado em 21/11/2009 07:37 Blog Metsul

Sequência de satélite da supertempestade de 19 de novembro

O temporal que atingiu o Rio Grande do Sul foi tão grave que despertou a atenção da comunidade acadêmica de Meteorologia nos Estados Unidos, apesar da tempestade ter ocorrido a meio mundo de distância. O CIMSS (Cooperative Institute for Meteorological Satellite Studies), da Universidade de Wisconsin, um dos principais centros de referência no mundo em Meteorologia por satélite, divulgou em sua página uma sequência de imagens de satélite mostrando da gênese da tempestade até o momento em que ela alcança Porto Alegre. A imagem vem acompanhada de análise (leia), valendo-se de dados da MetSul Meteorologia quanto aos efeitos, em que se oferece uma abordagem completamente distinta das lidas até agora sobre a causa do temporal. Nem ciclone extratropical, como sustentado por vários órgãos de Meteorologia aqui no Brasil, nem tampouco uma frente fria associada a um centro de baixa pressão profundo em superfície, como defendido pela MetSul Meteorologia, mas sim o velho e conhecido CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala). Leia a análise do CIMSS sobre o evento da última quinta-feira:

"Imagens do canal infravermelho do satélite GOES-10 mostra topos de nuvens com temperatura muito baixa associadas a um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) que se formou no Norte da Argentina e se deslocou pelo Uruguai para o Sul do Brasil no dia 19 de novembro. O CCM apresentou valores de temperatura no brilho do canal infravermelho atipicamente baixos que chegaram a -89ºC às 4h58m UTC (2h58m no horário de verão brasileiro). Ademais, no começo da animação podem ser vistas várias assinaturas em "V" na imagem infravermelho realçada pelos topos das nuvens, assinaturas essas que sinalizam tempestades com convecção severa com alto potencial para produzir vento destrutivo, granizo grande e tornados. Houve relatos na mídia de um tornado e granizo em partes do Uruguai, e, de acordo com o Blog da MetSul, este CCM produziu vento muito intenso (132 km/h) e chuva intensa (70 milímetros em duas horas) à medida que a tempestade avançou para a região do Rio Grande do Sul no Sul do Brasil".

Autor: Alexandre Amaral de Aguiar Publicado em 21/11/2009 16:43 blog Metsul

Eles torcem por violentas tempestades !!!

Nenhum gaúcho com bom senso agüenta mais tanto temporal, mas há quem esteja ávido por novas e fortes tempestades em nossas terras. Retratados no filme Twister (1996), os caçadores de tempestades americanos, conhecidos como storm chasers, se dedicam todo ano a procurar temporais violentos e tornados para filmá-los e fotografá-los. Dizem não torcer por desastres, mas quanto mais intenso o fenômeno melhor. Faturam dinheiro na venda das imagens que acabam parando em DVDs, livros e documentários. Agora, um grupo destes caçadores de tormentas anuncia viagem para a nossa região. Em sua página TornadoVideos, o meteorologista e chaser Reed Timmer, 29 anos, anuncia que "o plano é viajar para a América do Sul em dezembro e janeiro por algumas semanas para ver se conseguimos algumas caçadas de sucesso por lá". Segundo Timmer, a idéia é transmitir as tormentas ao vivo na internet. "O fenômeno El Niño está intensificando a temporada de tornados da América do Sul", explica o americano que apresenta o programa Storm Chasers no Discovery Channel (link). Segundo ele, "a baroclinicidade e o forte jato em altos níveis persistem durante o verão, dado o permanente incrível contraste térmico entre a bacia amazônica e a Antártida, garantindo umidade e muita instabilidade", comemora. Em publicação no seu blog e no Twitter (link ), na tarde deste sábado, o caçador de tormentas e apresentador do programa Storm Chaser anuncia que as passagens já estão compradas e que a viagem, esperada há doze anos, vai acontecer na Argentina entre os dias 26 de dezembro e 10 de janeiro. Segundo ele, farão parte da equipe na missão para a América do Sul os operadores de câmeras e os produtores do programa do canal Discovery Chris Whiteneck e Robert, além do caçador e "expert em tornados na América do Sul" Scott Currens. Sul do Brasil, Argentina e Uruguai formam a segunda região mais propícia a tempestades severas no mundo com o auge do período tempestuoso na nossa primavera e no verão, quando há muito menos temporais na América do Norte.

(Foto de Reed Timmer/Divulgação)

Autor: Alexandre Amaral de Aguiar Publicado em 21/11/2009 18:26 extraido do Blog da Metsul

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sobe para sete número de mortos em temporais no Sul

Casal está desaparecido em Curitiba após veículo ter sido arrastado e caído em um córrego

Rita Cirne, do estadao.com.br

Subiu para sete o número de pessoas mortas em razão dos temporais que caíram na Região Sul do País na quinta-feira, 19. A chuva forte, acompanhada de rajadas de vento de mais de 100 km/h em alguns locais, arrancou telhados, derrubou árvores e postes e alagou estradas em diversos municípios.

A primeira morte no Estado de Santa Catarina foi confirmada nesta sexta-feira, 20. Trata-se de uma mulher de 56 anos que foi atingida por uma árvore que caiu em Tubarão. Ela foi levada a um hospital, mas morreu nesta madrugada.

No Rio Grande do Sul, seis pessoas morreram e há 30 mil desalojadas e 1.550 desabrigadas, segundo a Defesa Civil. No município de Cidreira, no litoral norte do Estado gaúcho, um adulto morreu e o teto de uma escola caiu sobre uma sala de aula, ferindo levemente 30 crianças.

No Paraná, os bombeiros ainda procuram duas pessoas que desapareceram depois que o principal rio de Curitiba, o Belém, e alguns dos seus afluentes transbordaram, derrubando uma ponte e abrindo uma cratera. Com o desabamento, três carros foram arrastados pelas águas e caíram em um córrego. Apenas os dois ocupantes de um Gol continuam desaparecidos.

O carro já foi localizado, mas os bombeiros enfrentam dificuldades para ter acesso ao veículo e confirmar se as vítimas ficaram presas ou conseguiram escapar. Cerca de 30 familiares do casal acompanham os trabalhos de resgate.

Na quinta-feira, a Defesa Civil e Curitiba registrou 120 atendimentos entre alagamentos, quedas de árvore e riscos de desabamento. Antes das chuvas, o Estado registrou a temperatura mais elevada do ano. Em Morretes, no Litoral, os termômetros marcaram 41,7ºC segundo o Instituto Meteorológico Simepar.

As condições meteorológicas desta sexta-feira, na região Sul, são favoráveis às pancadas de chuva, de moderadas a fortes, acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento em algumas áreas.

Mortes

Na capital gaúcha, uma das paredes de um prédio desativado caiu sobre a calçada da Avenida Brasil, matando a auxiliar de serviços gerais Marilu Azambuja, de 37 anos, que passava pelo local, na zona norte da cidade. Na zona sul, um morador do bairro Restinga, identificado como Jorge Camargo, de 39 anos, morreu atingido pelo tronco de uma árvore, quando tentava se proteger da chuva e do vento.

Em Canoas, na região metropolitana, o operário Eduardo da Silva, de 19 anos, foi soterrado pelo muro de uma construção e morreu. No mesmo município, o terceiro sargento da Aeronáutica João Luiz de Mattos, de 47 anos, morreu enquanto manejava uma motosserra para cortar uma árvore caída dentro do terreno do 5º Comando Aéreo Regional (Comar). E em Capivari do Sul, no litoral, a queda do galho de uma árvore matou o agricultor Pedro da Silva Rosa, de 60 anos.

(Com Elder Ogliari, de O Estado de S. Paulo)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O tempo ficou louco?

Para os especialistas, os fenômenos meteorológicos seguem uma lógica própria; o que aumentou foi a percepção do clima

Publicado em 07/10/2009 | Guilherme Voitch

A moça do tempo errou na previsão e seu carro transformou-se em um iate no meio das ruas alagadas. Seu fim de semana em Santa Cata­rina resumiu-se a consertar o te­­lhado, que foi quase todo destruído pela ventania. As quatro estações parecem se alternar em um mesmo dia, e as crianças já aprendem na escola que “sim, nós temos furacões!” A sequência de eventos que tem feito parte do cotidiano dos brasileiros leva à pergunta: o tempo, afinal, enlouqueceu, de uma hora para outra?

Para quem estuda e trabalha com fenômenos climáticos e sua face cotidiana, o tempo, não é possível cravar o sim como resposta. Segundo os cientistas, a maioria dos fenômenos meteorológicos mantém um padrão de ocorrência em determinadas épocas do ano e re­­giões. Mesmo aqueles que em teo­­ria são inesperados, como o Ca­­ta­rina, estão dentro de uma lógica de previsibilidade.

O que mudou foi a percepção desses acontecimentos. Os exemplos clássicos são os tornados. “A urbanização e a expansão dos limites de moradia são constantes. Há dez anos não tínhamos ninguém em locais onde hoje temos vilas in­­teiras”, diz o meteorologista do Si­­mepar Samuel Braun. Com mais gente atingida pelos tornados, é maior a sensação de que eles au­­men­­taram. Um estudo do Labo­ra­tório Nacional de Tempestades Severas, instituição americana que estuda fenômenos climáticos, mostra que a região compreendida pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, oeste do Para­ná e norte da Argen­tina e Paraguai é a segunda maior área em incidência de tornados do mundo. Per­de apenas para a planície central dos Estados Unidos como área mais propícia para o fenômeno. E não existe ne­­nhuma indicação de que essa posição deva-se a algum fenômeno recente, como o aquecimento global.

“A meteorologia brasileira é muito nova. Começa na década de 60. Pode ser que estejamos passando por uma fase cíclica de aumento desses fenômenos. Pode ser. Mas pela base de dados que temos, só é possível dizer que as ocorrências estão dentro do que se pode esperar da primavera e da região Sul”, diz a meteorologista Mônica Lima, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe).

A própria imprensa ajuda a se falar mais do tempo e com isso ampliar a repercussão do assunto. “Quando eu comecei aqui, fazíamos raros atendimentos à imprensa, hoje são dezenas, centenas de veículos, entre rádios e sites que nos ligam. Tem muito mais gente se informando sobre o tempo”, ressalta Braun.

Como explicar então o Catari­na, que mudou algumas convicções dos estudiosos sobre o clima brasileiro? “Foi de fato o primeiro registro de um ciclone em terras brasileiras. Pode até ter havido outro, mas não há registros”, afirma Mônica.

Apesar do ineditismo, o Catari­na não foi um evento sem explicação. De acordo com o professor da Uninter e doutor em Meio Ambien­te Rodrigo Berté, o ciclone brasileiro é, em parte, resultado das alterações de temperatura no Atlântico Sul. Segundo ele, essas mudanças ocorrem de forma sistemática no clima mundial, de tempos em tempos. A discussão gira sobre a velocidade e o grau de participação do homem nessas alterações. “Entendo que a emissão de dióxido de carbono e o desmatamento da Amazônia influenciam, sim, no clima da Terra. Mas um ciclone por aqui continua sendo improvável. Não dá para dizer que tudo vai mudar de repente e o mundo vai acabar amanhã por causa do aquecimento global. A humanidade pode se adaptar às mudanças.”

Braun vai na mesma linha e faz a compração com a neve em Curi­tiba, em 1975. “Parecia um sinal de uma mudança drástica no clima. De lá para cá nunca mais nevou. Existe a possibilidade de neve e de ciclone? Existe, mas permanece bastante remota.”

Fonte: Gazeta do Povo

Topografia e geografia são favoráveis

Ernani Nascimento, professor de meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (RS), afirma que a geografia e a topografia da região Sul do Brasil influenciam a ocorrência dos tornados. O corredor de tornados da América do Sul situa-se na topografia plana do pampa, a leste dos Andes. Na planície norte-americana, o fenômeno costuma surgir ao lado das montanhas rochosas. O Serviço Meteorológico Nacional da Argentina concluiu que Misiones foi atingida em 10 de setembro por um ciclone tipo F4, numa classificação que vai de F0 a F5. A escala Fujita, criada em 1971 para medir a intensidade dos tornados, define o F4 como “devastador”, categoria em que a velocidade dos ventos é estimada entre 333 e 421 quilômetros por hora. Os estragos se espalharam numa faixa de mil metros de largura e 15 km de extensão, perto da fronteira com Santa Catarina. Fonte: Diario Catarinense - 5 de outubro de 2009 | N° 8582

domingo, 25 de outubro de 2009

Entrevista do Evento 350.org - Aquecimento Global. Ação Global. Futuro Global.

Caros amigos, Ontem em Nova Iorque tive uma das mais espantosas experiências da minha vida. Enquanto eu estava ali olhando e vendo as imagens que enchiam o écran vindas de cada canto do mundo, eu vi finalmente que aspeto tem um movimento climático - e era lindo de se ver. Foi tão doce ver o dia se desenrolar pelo globo, com milhares e milhares de imagens aparecendo, por vezes uma dúzia a cada minuto! Esta tarde, nossa equipe as passou onde todo o mundo pudesse vê-las - nos maiores écrans da Times Square, no centro da cidade de Nova Iorque. Tem fotos de alpinistas segurando cartazes da 350 bem no alto das geleiras da Suíça, paradas de bicicleta desde Copenhague a São Francisco, organizadores na Papuásia batendo o gongo de sua igreja 350 vezes e igrejas em Barcelona tocando seus sinos 350 vezes. Fotos de ativistas protestando contra centrais movidas a carvão e incentivando parques eólicos, estudantes com t-shirts da 350 consertando suas casas atingidas pelas cheias em Manila e de milhares de pessoas desfilando em Bogotá e Katmandu. Fotos de gente de diferentes raças e classes, religiões e nacionalidades, se unindo em torno de um simples e poderoso número, querendo salvar nosso planeta. E todas essas fotos foram vistas em redor do mundo, em jornais de Beijing a Boston, em estações de TV de Nova Delhi a Nova Iorque, e em blogs, redes sociais, e websites por toda a internet. Todos juntos, mostramos para o mundo que um tratado global de clima é possível e traçamos um objetivo bem ousado para as próximas reuniões de clima da ONU em Copenhague esse Dezembro. A meta dos 350 é agora a nova linha mestra para a ação climática e os líderes mundiais têm agora de ir encontro a esta meta. Pensamos que fôssemos estar cansados depois de tantas noites sem dormir planejando esse dia, mas afinal estamos mais enérgicos que nunca. Estamos nos preparando para entregar as fotos e mensagens de vossos eventos em todas as delegações nacionais da ONU amanhã, e tencionamos entregar as fotos a ministros importantes nas próximas negociações de clima em Barcelona e Copenhague. Por isso se você não fez ainda upload das melhores fotos de seu evento, por favor o faça imediatamente através desse link! www.350.org/pt/report Ou envie eles para nós através do e-mail photos@350.org, colocando sua Cidade e País no Assunto. Lhe agradecemos mais do que podemos dizer. Vamos (é claro) pedir a você para fazer mais um monte de coisas nas semanas que se seguem - mas hoje, se recoste, relaxe, olhe as fotos em 350.org, e saboreie seu feito. Você foi parte do mais abrangente dia de ação política que o mundo alguma vez viu. Junto com milhões de pessoas em todo o mundo, você já fez diferença para valer - se prepare para fazer muito mais nos dias, semanas e meses que estão para vir. Com esperança, Bill McKibben e toda a Equipe da 350.org 350.org é uma campanha internacional de bases que tem por fim mobilizar um movimento global de clima, unido pelo mesmo apelo à ação. Disseminando um conhecimento das bases científicas e uma visão partilhada de uma política justa, procuramos garantir que o mundo crie soluções corajosas e igualitárias para a crise climática. 350.org é um projeto independente e sem fins lucrativos.

Últimas dos Blogs