

Foto feita por Goldenberg a bordo de um avião caça-furacões que estava no olho do furacão Diana em 1984
MetSul: Eu posso te relatar que depois de 2004, após o furacão, nenhuma medida foi adotada pela defesa civil e os governos locais para se preparar para um outro evento deste tipo como o Catarina. O que você diria as autoridades brasileiras ? Goldenberg: Existe um velho provérbio russo que diz espere pelo melhor, que nunca mais sejamos atingidos, mas prepare-se para o pior. E elas devem adotar medidas razoáveis. Aprendemos com nosso erro e vamos estar mais preparados na próxima vez. MetSul: Então elas devem se preparar....mesmo se ocorra daqui a dez ou vinte anos ? Goldenberg: Eles estarão muito agradecidos se estiverem preparados. Não digo que devam gastar uma fortuna se preparando, mas deveriam se sentar e discutir o que é possível ser feito com o orçamento que temos para estar preparado para a próxima vez e ter algumas coisas prontas. Acontece é que você não vai ter um aviso cinco dias antes. Esse é o problema. Quando acontecer, você poderá ter dois, três, quiçá um dia, de aviso prévio. Eduque-se a população e diga que nunca mais esperamos que aconteça, mas torça pelo melhor, contudo se preparando para o pior.
Autor: Alexandre Amaral de Aguiar Publicado em 11/03/2010 (DIRETO DA METSUL)
Também a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, liberou imagens de seus satélites da tempestade tropical na costa gaúcha. A mais espetacular é uma em 3D do satélite que faz estimativa de chuva, mostrando a estrutura vertical da tormenta a partir das precipitações.
Já a divisão de satélites da Universidade de Wisconsin divulgou uma imagem incrível que mostra a presença de ondas gravitacionais junto ao centro do sistema tropical que estava junto ao litoral do Rio Grande do Sul.
Um dos fatores que inibem a formação de ciclones tropicais na nossa região é a alta divergência. Esta imagem da Universidade de Wisconsin mostra que durante a formação do sistema a divergência era de 20 nós, elevada para os padrões de regiões de formação de ciclones tropicais, mas baixo para os padrões nossos regionais.
Autor: Alexandre ASULmaral de Aguiar Publicado em 12/03/2010 02:55 (DIRETO DA METSUL)
Criciúma vive drama com forte temporal e MetSul Meteorologia alerta para mais instabilidade no Sul e Sudeste do Brasil
Tromba d’água (tornado sobre a água) foi registrada hoje em Maquiné, no Litoral Norte gaúcho. Trata-se de um fenômeno que pode ocorrer com ar quente e úmido, sobretudo sob influência de uma área de baixa pressão, como é o caso de agora. Há vários precedentes de trombas d’água ou nuvens funis no Litoral Norte e na Lagoa dos Patos durante a atuação de sistemas de baixa pressão.
A imagem de satélite do fim da tarde mostrava muitas áreas de instabilidade no Sul e Sudeste do Brasil, geradas pela combinação de umidade e aquecimento diurno. Em Porto Alegre, por conta das sucessivas pancadas isoladas, a chuva até o fim da tarde de hoje tinha uma enorme variabilidade em volumes, variando de 2 milímetros no Moinhos de Vento a 22 no Jardim Botânico. A instabilidade aqui no Estado foi maior no Leste, como se esperava, porque existe um sistema da baixa pressão atuando na costa, na altura da Lagoa dos Patos.
As duas áreas assinaladas na foto de satélite, uma no Sudeste do Rio Grande do Sul, e outra maior que cobre Santa Catarina, Paraná e São Paulo são as regiões que a MetSul acredita existe o maior potencial para chuva forte a intensa localizada nesta quinta com risco de transtornos, apesar de ser provável que ocorram pancadas fortes localizadas em outros pontos não indicados na duas áreas de risco. A instabilidade maior, que se concentrou nesta quarta entre Porto Alegre e Camaquã, com pancadas freqüentes, e que chegaram a acumular 50 milímetros na região de Camaquã, se desloca nesta quinta para o Sul, acompanhando a migração da área de baixa, aumentando a chuva possivelmente nas áreas de Bagé, Chuí, Pelotas e Rio Grande.
Nada, contudo, superou em intensidade o que ocorreu em Criciúma. A cidade foi castigada à tarde por um temporal que despejou 90 milímetros de chuva em poucos minutos, segundo medição da comunidade feita na área central da cidade. Criciúma literalmente mergulhou no caos. Pelo menos 15 bairros foram atingidos, inclusive os que ficam em regiões mais altas, mas a área mais afetada foi mesmo o Centro. (clique para ampliar as duas fotos abaixo).
O telhado e paredes de uma empresa no bairro Argentina desabou devido ao forte vento. Duas pessoas sofreram fraturas e foram socorridas. Além de destelhar centenas de residências em várias comunidades da região de Criciúma, a ventania provocou a queda de muitas árvores. Em Forquilhinha, o vento assustou os moradores.
A MetSul Meteorologia alerta que os volumes de chuva podem ser muito altos nas próximas 48 horas no Leste e Nordeste catarinense, além do Paraná. Não se pode descartar que volte a chover forte no Sul de Santa Catarina. Veja a projeção de chuva acuamulada (em milímetros) do modelo norte-americano GFS entre 27 e 29/01:
Preocupa muito ainda a situação de São Paulo, já que as barragens estão no seu nível máximo na Grande São Paulo e deve chover em excesso com elevados volumes, pelo menos, até o próximo domingo em vários pontos do estado paulista. (Foto aérea de Wilson Cardoso/Brigada Militar em Maquiné e do portal Engeplus.com.br em Criciúma com agradecimento para o jornalista Nei Manique)
Autor: Luiz Fernando Nachtigall Publicado em 27/01/2010 23:22A imagem de satélite do fim da tarde de hoje (abaixo) mostrava áreas de instabilidade sobre o Sudoeste e o Norte do Rio Grande do Sul, mas que eram mais intensas e generalizadas em Santa Catarina, São Paulo e no Rio de Janeiro. A capital paulista e região voltaram a sofrer ontem com inundações enquanto a cidade do Rio de Janeiro teve forte temporal. O ar quente e a enorme disponibilidade de umidade, trazida pelas correntes de vento da Amazônia e pelo anômalo aquecimento do Atlântico, vão seguir favorecendo chuva intensa e temporais no Sul e Sudeste no restante da semana. São os temporais típicos de verão que formam áreas de instabilidade isoladas, algumas intensas, que geram chuva forte e mesmo vento forte ou granizo em alguns pontos bastante localizados.
Algumas análises internacionais (abaixo) até sugeriam nesta segunda-feira que a Zona Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que tradicionalmente atua no Sudeste, poderia avançar até o Norte gaúcho, algo incomum e que gerou grande debate interno na MetSul, favorecendo chuva de verão aqui no Estado e forte no Leste catarinense na segunda metade da semana.
Um outro dado que nos chamou especial atenção por ser crível é a projeção do modelo europeu de que a área de baixa pressão medíocre em intensidade, mencionada no post anterior, poderia gerar um fluxo de umidade do mar para o continente no Leste do Rio Grande do Sul nesta terça, trazendo chuva (imagem abaixo da projeção de chuva do Europeu para a primeira metade da terça), solução que não é acompanhada pela maioria dos demais modelos.
Na quarta, de acordo com o Europeu, o fluxo de umidade se manteria, afetando principalmente a região de Pelotas e Rio Grande (imagem acima). Já na quinta, pelo mesmo modelo, seguiria a instabilidade no Sudeste gaúcho com forte intensificação da chuva junto ao Leste catarinense.
Autor: Eugenio Hackbart Publicado em 25/01/2010 22:15 Fonte: Blog MetsulPor Alister Doyle e Gerard Wynn
OSLO/LONDRES (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) insistiu na quarta-feira em continuar coordenando as negociações sobre um novo pacto climático, apesar dos resultados pífios da cúpula de Copenhague no mês passado, quando poucos países apoiaram um acordo pouco ambicioso.
Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, afirmou que as negociações em 2010 seriam baseadas nas conversações da ONU iniciadas em 2007 sobre como ampliar o Protocolo de Kyoto e envolver todos os países com iniciativas.
O Acordo de Copenhague, com três páginas, patrocinado por grandes emissores, incluindo Estados Unidos e China, poderia, no entanto, ser um estímulo valioso para um acordo no próximo encontro da ONU no México em novembro, afirmou De Boer.
"Imagino que na teoria seria possível ter uma estrutura paralela, mas isso me parece um exercício incrivelmente ineficiente," disse ele numa conferência à imprensa via Internet a partir de Bonn, sobre a perspectiva de também negociar sobre o Acordo de Copenhague.
O Acordo de Copenhague busca restringir o aquecimento global para menos de 2 graus Celsius acima da era pré-industrial e oferece a perspectiva de 100 bilhões de dólares anuais em ajuda financeira para os países em desenvolvimento a partir de 2020.
O documento, por outro lado, omite o estabelecimento dos cortes nas emissões de gases-estufa necessários até 2020 ou 2050, para alcançar a meta da temperatura.
De Boer deixou em aberto, porém, se a reunião do México teria como resultado um tratado legalmente vinculante como pedido por muitos países.
Ele falou em "México ou depois" para os textos finais que buscam intensificar uma iniciativa para desacelerar novas ondas de calor, inundações, extinção de espécies, fortes tempestades e elevação do nível do mar.
O fracasso das negociações da ONU para chegar a um acordo -- apesar do prazo estabelecido para o fim de 2009, após dois anos de conversações iniciados em Bali, na Indonésia, em 2007 -- lançou dúvidas sobre o futuro papel da organização.
Grandes emissores, como China, EUA, Rússia ou Índia, poderão preferir simplesmente negociar em grupos menores, como o G20 ou o Fórum das Maiores Economias dos países responsáveis por cerca de 80 por cento das emissões mundiais.
FONTE: WWW.G1.COM.BR
Chuva forte e temporais atingiram ontem várias regiões, sobretudo o Centro e o Oeste, onde vários pontos tiveram em poucas horas chuva superior à média do mês. Ainda na madrugada da terça-feira, o Oeste registrou intensas precipitações, resultado de um CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala), um aglomerado de nuvens carregadas.
Foi o que trouxe chuva de 50 milímetros em apenas uma hora para cidades como São Borja e Alegrete. Em São Borja, foram 145 milímetros em apenas doze horas. Na Argentina, o CCM causou vento de 100 km/h e chuva de 190 milímetros em poucas horas em Resistencia.
Durante o dia, com o aprofundamento de um sistema de baixa pressão no Prata, frente fria se organizou sobre o Estado (imagem acima), trazendo mais chuva forte. Aí foi a vez do da região central do Rio Grande do Sul ser a mais castigada com acumulados superiores a 100 milímetros na área de Santa Maria. Em Nova Palma, onde uma barragem cedeu parcialmente ontem, a chuva só deste mês está entre 500 e 600 milímetros, muito acima da média mensal de 130 milímetros. Em Caçapava do Sul, jovem morreu atingido por raio.
A imagem de satélite (acima) da manhã desta quarta-mostra o centro de baixa pressão bem afastado do continente, mas ainda existe nebulosidade associada a um sistema frontal sobre a Metade Norte gaúcha, Santa Catarina e o Paraná. O risco de temporais se afasta para o Norte do Sul do Brasil e o sol que já aparece no Sul e no Oeste do Estado desde o começo da manhã deve se fazer presente na maioria das regiões no decorrer do dia, mas com mais nuvens ainda no Norte e Nordeste gaúcho, onde alguns pontos podem ter até chuva moderada e/ou forte. O tempo seco e ensolarado predomina nos próximos dias com marcas amenas à noite, e até um pouco de frio na Campanha e na Serra, mas calor de até 30ºC à tarde. Nesta quinta, contudo, não se pode descartar instabilidade fraca e isolada com mais nuven no Nordeste do Estado, inclusive na Grande Porto Alegre, sobretudo na primeira metade do dia.
Autor: Eugenio Hackbart Publicado em 20/01/2010 08:27Emissões aproximam planeta do 'pior cenário', diz WMO
A agência da ONU especializada em meteorologia divulgou nesta segunda-feira um relatório que indica que a concentração de gases causadores do efeito estufa atingiu em 2008 um nível recorde na atmosfera.
De acordo com o relatório da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), em 2008 a concentração de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa, chegou a 385,2 partes por milhão (ppm), um aumento de 2 ppm em relação ao ano anterior.
“Em 2008, as concentrações globais de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, que são os principais gases do efeito estufa persistentes na atmosfera, atingiram o mais alto nível registrado desde os tempos pré-industriais”, diz o documento.
Além disso, a WMO diz que a concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera continua a aumentar, “até mesmo um pouco mais rápido”, disse o chefe da agência, Michel Jarraud, em uma coletiva em Genebra.
Segundo ele, essa tendência leva a um prognóstico pessimista quanto à elevação da temperatura global.
Copenhague
A WMO monitora a concentração desses gases na atmosfera por meio de uma rede de estações localizadas em mais de 50 países.
O boletim divulgado nesta segunda-feira é o quinto de uma série anual iniciada em 2004 e é divulgado às vésperas da Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.
A reunião de Copenhague tem como objetivo fechar um novo acordo global sobre o clima para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Mais de 60 chefes de Estado e de governo, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, já confirmaram participação na reunião.
Jarraud disse que os dados da WMO mostram que o mundo está “de fato mais próximo do cenário mais pessimista” em relação ao aquecimento global nos próximos anos.
“Isso reforça o fato de que é preciso adotar medidas o mais rápido possível”, disse. “Estamos esperando que Copenhague dê origem a uma decisão significativa em relação aos gases do efeito estufa. Quanto mais adiarmos uma decisão, maior será o impacto.”
O pior cenário quanto ao aquecimento global, divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) em um relatório de 2007, prevê um aumento de temperatura de entre 2,4ºC e 6,4ºC até o fim do século.
Fonte: BBC Brasil
Barack Obama deve ir a Copenhague antes dos outros líderes mundiais
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai propor um plano de redução das emissões americanas de gases que causam o efeito estufa em etapas, começando com 17% até 2020, de acordo com informações anunciadas pela Casa Branca.
A proposta será apresentada na reunião das Nações Unidas sobre mudança climática em Copenhague, em dezembro.
Obama confirmou presença no encontro, que será realizado na capital dinamarquesa entre 7 e 18 de dezembro, mas não deve participar dos últimos dias da conferência, quando mais de 60 líderes estarão presentes.
A reunião com representantes de 192 países tem o objetivo de produzir um acordo de combate à mudança climática para substituir o atual Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
De acordo com a Casa Branca, os Estados Unidos devem prometer cortes de 17% até 2020, 30% até 2025, 42% até 2030 e 83% até 2050.
Segundo nota oficial, durante sua visita a Copenhague, em 9 de dezembro, Obama deve traçar os planos para "uma contribuição significativa para um problema que os Estados Unidos negligenciaram por tempo demais".
Nobel da Paz
A Casa Branca afirma que Obama irá para Copenhague antes de viajar a Oslo, na Noruega, no dia 10, onde receberá o prêmio Nobel da Paz.
Entre os chefes de governo e Estado que também devem ir à Dinamarca estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
A confirmação da presença de Obama e de uma proposta concreta de redução das emissões americanas aumenta as expectativas de um resultado positivo para a reunião em Copenhague.
O presidente americano deve ir à capital dinamarquesa antes do chamado segmento de alto nível da conferência, que costuma acontecer nos últimos dois dias do encontro (17 e 18).
Na sexta-feira, o chefe das Nações Unidas para mudança climática, Yvo de Boer, havia afirmado que a presença de Obama "faria uma enorme diferença".
Geralmente, são ministros de meio ambiente que participam dos últimos dias das reuniões anuais de mudanças climáticas da ONU.
O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, afirmou que a participação dos chefes de Estado será "crucial" para o sucesso do encontro.
Fonte: BBC Brasil
Assim como prognosticava a MetSul Meteorologia na quarta-feira e confirmando a tendencia informada por nossos meteorologistas, o mesmo sistema frontal responsável pelos temporais que deixaram pelo menos 9 mortos no Sul do Brasil trouxe temporais destrutivos e chuva excessiva para o Uruguai. O caso mais grave se deu no departamento uruguaio de Young na quinta-feira, mesmo dia do violento vendaval em Porto Alegre e no Litoral Norte. Conforme informou a edição de ontem do jornal El País, de Montevidéu, o tornado virou um trator de sete toneladas e partiu um avião agrícola. Moradores descreveram que o tornado cruzou Rio Negro pelo Noroeste, "subindo e baixando", poupando algumas casas. Um trailer, utilizado como abrigo para funcionários de uma chácara, foi parar a 500 metros de distância. Dois tanques de 15 mil litros voaram, atravessaram ruas e uma rodovia nacional, sendo encontrados a mais de um quilômetro do ponto onde estavam. O temporal da quinta-feira no Uruguai derrubou centenas de árvores, postes, redes de alta tensão, e ainda houve queda de granizo e chuva copiosa. Leia o informe do El País:
"Un tornado volcó un tractor de 7.000 kilos y partió un avión fumigador ayer en Young. No causó heridos. Hay unos 200 evacuados en Artigas, Río Branco, Salto, Treinta y Tres y Durazno. En Rivera y Melo varias personas volvieron a sus hogares. El tornado se registró ayer sobre las 6 de la mañana. Según los afectados, atravesó Río Negro desde el noroeste, ‘subiendo y bajando porque, insólitamente, a algunas casas les pasó por encima sin producir daño'. Granizó y llovieron 70 milímetros en dos horas. Las piedras no habrían causado daños graves en cultivos prontos para cosechar. Agricultores y técnicos evaluaban ayer las pérdidas en trigo y cebada.
A 15 kilómetros al Este de Young, en ‘El Trébol' -establecimiento de la firma argentina Kamir S.A.- el fenómeno destruyó tres galpones, que no resistieron pese a sus estructuras de hormigón, hierro y chapas. Afectó una franja de aproximadamente 500 metros de ancho; "arrasó con todo lo que encontró", dijo el encargado, Luis Bocho. El viento cruzó a 20 metros de donde descansaban empleados de la empresa, contó. Una casa rodante de gran porte, usada para vivienda del personal en las chacras, apareció a 500 metros, dos tanques de 15.000 litros volaron, atravesaron alambrados, cruzaron vías y la ruta 25: quedaron a más de un kilómetro.
O temporal que atingiu o Rio Grande do Sul foi tão grave que despertou a atenção da comunidade acadêmica de Meteorologia nos Estados Unidos, apesar da tempestade ter ocorrido a meio mundo de distância. O CIMSS (Cooperative Institute for Meteorological Satellite Studies), da Universidade de Wisconsin, um dos principais centros de referência no mundo em Meteorologia por satélite, divulgou em sua página uma sequência de imagens de satélite mostrando da gênese da tempestade até o momento em que ela alcança Porto Alegre. A imagem vem acompanhada de análise (leia), valendo-se de dados da MetSul Meteorologia quanto aos efeitos, em que se oferece uma abordagem completamente distinta das lidas até agora sobre a causa do temporal. Nem ciclone extratropical, como sustentado por vários órgãos de Meteorologia aqui no Brasil, nem tampouco uma frente fria associada a um centro de baixa pressão profundo em superfície, como defendido pela MetSul Meteorologia, mas sim o velho e conhecido CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala). Leia a análise do CIMSS sobre o evento da última quinta-feira:
"Imagens do canal infravermelho do satélite GOES-10 mostra topos de nuvens com temperatura muito baixa associadas a um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) que se formou no Norte da Argentina e se deslocou pelo Uruguai para o Sul do Brasil no dia 19 de novembro. O CCM apresentou valores de temperatura no brilho do canal infravermelho atipicamente baixos que chegaram a -89ºC às 4h58m UTC (2h58m no horário de verão brasileiro). Ademais, no começo da animação podem ser vistas várias assinaturas em "V" na imagem infravermelho realçada pelos topos das nuvens, assinaturas essas que sinalizam tempestades com convecção severa com alto potencial para produzir vento destrutivo, granizo grande e tornados. Houve relatos na mídia de um tornado e granizo em partes do Uruguai, e, de acordo com o Blog da MetSul, este CCM produziu vento muito intenso (132 km/h) e chuva intensa (70 milímetros em duas horas) à medida que a tempestade avançou para a região do Rio Grande do Sul no Sul do Brasil". |
Autor: Alexandre Amaral de Aguiar Publicado em 21/11/2009 16:43 blog Metsul |
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Nenhum gaúcho com bom senso agüenta mais tanto temporal, mas há quem esteja ávido por novas e fortes tempestades em nossas terras. Retratados no filme Twister (1996), os caçadores de tempestades americanos, conhecidos como storm chasers, se dedicam todo ano a procurar temporais violentos e tornados para filmá-los e fotografá-los. Dizem não torcer por desastres, mas quanto mais intenso o fenômeno melhor. Faturam dinheiro na venda das imagens que acabam parando em DVDs, livros e documentários. Agora, um grupo destes caçadores de tormentas anuncia viagem para a nossa região. Em sua página TornadoVideos, o meteorologista e chaser Reed Timmer, 29 anos, anuncia que "o plano é viajar para a América do Sul em dezembro e janeiro por algumas semanas para ver se conseguimos algumas caçadas de sucesso por lá". Segundo Timmer, a idéia é transmitir as tormentas ao vivo na internet. "O fenômeno El Niño está intensificando a temporada de tornados da América do Sul", explica o americano que apresenta o programa Storm Chasers no Discovery Channel (link). Segundo ele, "a baroclinicidade e o forte jato em altos níveis persistem durante o verão, dado o permanente incrível contraste térmico entre a bacia amazônica e a Antártida, garantindo umidade e muita instabilidade", comemora. Em publicação no seu blog e no Twitter (link ), na tarde deste sábado, o caçador de tormentas e apresentador do programa Storm Chaser anuncia que as passagens já estão compradas e que a viagem, esperada há doze anos, vai acontecer na Argentina entre os dias 26 de dezembro e 10 de janeiro. Segundo ele, farão parte da equipe na missão para a América do Sul os operadores de câmeras e os produtores do programa do canal Discovery Chris Whiteneck e Robert, além do caçador e "expert em tornados na América do Sul" Scott Currens. Sul do Brasil, Argentina e Uruguai formam a segunda região mais propícia a tempestades severas no mundo com o auge do período tempestuoso na nossa primavera e no verão, quando há muito menos temporais na América do Norte. (Foto de Reed Timmer/Divulgação) Autor: Alexandre Amaral de Aguiar Publicado em 21/11/2009 18:26 extraido do Blog da Metsul |
Casal está desaparecido em Curitiba após veículo ter sido arrastado e caído em um córrego
Rita Cirne, do estadao.com.br
Subiu para sete o número de pessoas mortas em razão dos temporais que caíram na Região Sul do País na quinta-feira, 19. A chuva forte, acompanhada de rajadas de vento de mais de 100 km/h em alguns locais, arrancou telhados, derrubou árvores e postes e alagou estradas em diversos municípios.
A primeira morte no Estado de Santa Catarina foi confirmada nesta sexta-feira, 20. Trata-se de uma mulher de 56 anos que foi atingida por uma árvore que caiu em Tubarão. Ela foi levada a um hospital, mas morreu nesta madrugada.
No Rio Grande do Sul, seis pessoas morreram e há 30 mil desalojadas e 1.550 desabrigadas, segundo a Defesa Civil. No município de Cidreira, no litoral norte do Estado gaúcho, um adulto morreu e o teto de uma escola caiu sobre uma sala de aula, ferindo levemente 30 crianças.
No Paraná, os bombeiros ainda procuram duas pessoas que desapareceram depois que o principal rio de Curitiba, o Belém, e alguns dos seus afluentes transbordaram, derrubando uma ponte e abrindo uma cratera. Com o desabamento, três carros foram arrastados pelas águas e caíram em um córrego. Apenas os dois ocupantes de um Gol continuam desaparecidos.
O carro já foi localizado, mas os bombeiros enfrentam dificuldades para ter acesso ao veículo e confirmar se as vítimas ficaram presas ou conseguiram escapar. Cerca de 30 familiares do casal acompanham os trabalhos de resgate.
Na quinta-feira, a Defesa Civil e Curitiba registrou 120 atendimentos entre alagamentos, quedas de árvore e riscos de desabamento. Antes das chuvas, o Estado registrou a temperatura mais elevada do ano. Em Morretes, no Litoral, os termômetros marcaram 41,7ºC segundo o Instituto Meteorológico Simepar.
As condições meteorológicas desta sexta-feira, na região Sul, são favoráveis às pancadas de chuva, de moderadas a fortes, acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento em algumas áreas.
Mortes
Na capital gaúcha, uma das paredes de um prédio desativado caiu sobre a calçada da Avenida Brasil, matando a auxiliar de serviços gerais Marilu Azambuja, de 37 anos, que passava pelo local, na zona norte da cidade. Na zona sul, um morador do bairro Restinga, identificado como Jorge Camargo, de 39 anos, morreu atingido pelo tronco de uma árvore, quando tentava se proteger da chuva e do vento.
Em Canoas, na região metropolitana, o operário Eduardo da Silva, de 19 anos, foi soterrado pelo muro de uma construção e morreu. No mesmo município, o terceiro sargento da Aeronáutica João Luiz de Mattos, de 47 anos, morreu enquanto manejava uma motosserra para cortar uma árvore caída dentro do terreno do 5º Comando Aéreo Regional (Comar). E em Capivari do Sul, no litoral, a queda do galho de uma árvore matou o agricultor Pedro da Silva Rosa, de 60 anos.
(Com Elder Ogliari, de O Estado de S. Paulo)
Para os especialistas, os fenômenos meteorológicos seguem uma lógica própria; o que aumentou foi a percepção do clima
Publicado em 07/10/2009 | Guilherme VoitchPara quem estuda e trabalha com fenômenos climáticos e sua face cotidiana, o tempo, não é possível cravar o sim como resposta. Segundo os cientistas, a maioria dos fenômenos meteorológicos mantém um padrão de ocorrência em determinadas épocas do ano e regiões. Mesmo aqueles que em teoria são inesperados, como o Catarina, estão dentro de uma lógica de previsibilidade.
O que mudou foi a percepção desses acontecimentos. Os exemplos clássicos são os tornados. “A urbanização e a expansão dos limites de moradia são constantes. Há dez anos não tínhamos ninguém em locais onde hoje temos vilas inteiras”, diz o meteorologista do Simepar Samuel Braun. Com mais gente atingida pelos tornados, é maior a sensação de que eles aumentaram. Um estudo do Laboratório Nacional de Tempestades Severas, instituição americana que estuda fenômenos climáticos, mostra que a região compreendida pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, oeste do Paraná e norte da Argentina e Paraguai é a segunda maior área em incidência de tornados do mundo. Perde apenas para a planície central dos Estados Unidos como área mais propícia para o fenômeno. E não existe nenhuma indicação de que essa posição deva-se a algum fenômeno recente, como o aquecimento global.
“A meteorologia brasileira é muito nova. Começa na década de 60. Pode ser que estejamos passando por uma fase cíclica de aumento desses fenômenos. Pode ser. Mas pela base de dados que temos, só é possível dizer que as ocorrências estão dentro do que se pode esperar da primavera e da região Sul”, diz a meteorologista Mônica Lima, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe).
A própria imprensa ajuda a se falar mais do tempo e com isso ampliar a repercussão do assunto. “Quando eu comecei aqui, fazíamos raros atendimentos à imprensa, hoje são dezenas, centenas de veículos, entre rádios e sites que nos ligam. Tem muito mais gente se informando sobre o tempo”, ressalta Braun.
Como explicar então o Catarina, que mudou algumas convicções dos estudiosos sobre o clima brasileiro? “Foi de fato o primeiro registro de um ciclone em terras brasileiras. Pode até ter havido outro, mas não há registros”, afirma Mônica.
Apesar do ineditismo, o Catarina não foi um evento sem explicação. De acordo com o professor da Uninter e doutor em Meio Ambiente Rodrigo Berté, o ciclone brasileiro é, em parte, resultado das alterações de temperatura no Atlântico Sul. Segundo ele, essas mudanças ocorrem de forma sistemática no clima mundial, de tempos em tempos. A discussão gira sobre a velocidade e o grau de participação do homem nessas alterações. “Entendo que a emissão de dióxido de carbono e o desmatamento da Amazônia influenciam, sim, no clima da Terra. Mas um ciclone por aqui continua sendo improvável. Não dá para dizer que tudo vai mudar de repente e o mundo vai acabar amanhã por causa do aquecimento global. A humanidade pode se adaptar às mudanças.”
Braun vai na mesma linha e faz a compração com a neve em Curitiba, em 1975. “Parecia um sinal de uma mudança drástica no clima. De lá para cá nunca mais nevou. Existe a possibilidade de neve e de ciclone? Existe, mas permanece bastante remota.”
Fonte: Gazeta do Povo