sexta-feira, 28 de março de 2008

VCAN – Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (tipo Palmer)

É um dos principais sistemas meteorológicos que provoca alterações no tempo da região Nordeste do Brasil. Origina-se sobre o Oceano Atlântico entre a faixa de 20ºW - 45ºW e 0º - 28ºS, e produz tempo bom na região sul e central do Nordeste e chuvas no setor norte do Nordeste. Ele apresenta um núcleo relativamente frio em relação a sua periferia, com subsidência que inibe a nebulosidade no seu centro. Os vórtices deslocam-se lentamente do oceano para o continente e vice-versa. Nebulosidade e instabilidades ocorrem nos setores leste e nordeste do vórtice. É observado nas estações de primavera, verão e outono, com máxima freqüência no mês de janeiro, esse sistema varia consideravelmente, uns duram apenas algumas horas, enquanto outros mais de duas semanas. A vida média desse sistema varia consideravelmente, uns duram apenas algumas horas, enquanto outros mais de duas semanas. A trajetória dos vórtices é irregular, porém existe uma tendência para ser anticiclônica, iniciando o círculo sobre o oceano Atlântico Sul nas latitudes subtropicais. A formação deste sistema ciclônico coincide com a época do ano onde o escoamento em altos níveis (200 hPa) apresenta-se meridional, de sul a norte, sobre o Brasil a leste do meridiano de 50o W. No verão o intenso aquecimento do continente causa desenvolvimento de um anticiclone (Alta da Bolívia) sobre a América do Sul tropical, e um cavado no Oceano Atlântico próximo ao litoral nordeste do Brasil, nos altos níveis. A intensidade do anticiclone sobre o continente em 200 hPa, determina a formação dos vórtices ciclônicos sobre o oceano. A maioria dos vórtices ciclônicos da alta troposfera estão confinados nos altos níveis (acima de 5000m de altura), pois cerca de 60% não atingem o nivel de 700 hPa e em torno de 10% atingem a superfície. Sua circulação ciclônica (horária no Hemisfério Sul) surge inicialmente nas partes mais alta da troposfera (em torno de 12 km de altura), estendendo-se gradualmente para os níveis mais baixos. Os ventos são fracos nos níveis baixos e médios, aumentando sua velocidade com a altura e atingindo velocidade máxima em torno de 200 hPa. Esses vórtices ciclônicos são caracterizados por um movimento descendente de ar frio e seco no seu centro e um movimento ascendente de ar quente e úmido na sua periferia, possuindo portanto uma circulação direta. Os vórtices ciclônicos provocam alteração no tempo e, dependendo de sua intensidade e permanência, causam sérios problemas locais e regionais. Ao se deslocar para oeste sobre a Região Nordeste, estes sistemas com o centro sobre o interior do continente, inibem chuvas sobre esta região. O vórtice também impede o deslocamento dos sistemas frontais para o litoral do nordeste, contribuindo para a permanência dos mesmos sobre a Região Sudeste onde causam precipitações persistentes.

Vórtice Ciclônicos de Altos Níveis – Subtropical - VCAN

Os vórtices ciclônicos de altos níveis podem ser classificados em Palmer que atua na região Nordeste do Brasil ou Palmém que atua em latitude subtropical, neste caso será estudado o vórtice de atuação Subtropical. Normalmente o VCAN inicia-se no Oceano Pacífico e ao atravessar os Andes provoca alterações do tempo no Uruguai,Norte da Argentina e nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Caracterizado como sistema fechado de baixa pressão de escala sinótica, possui um centro mais frio que a periferia, e geralmente podem durar uma hora ou semanas. Os vórtices do tipo Palmém são observados na primavera e inverno, principalmente no mês de julho. Efeitos da Advecção de vorticidade: As principais causas dos VCANs estão relacionadas a instabilidade e precipitação na parte leste e nordeste do vórtice. Pois segundo os estudos de Sutcliff, na parte E/NE do vórtice encontra-se a máxima advecção de vorticidade negativa em altos níveis e consequentemente convergência em superfície, de modo que sempre vamos observar um sistema baroclínico. Portanto para o HS, AVN está relacionado a circulação ciclônica e convergência em superfície e AVP está relacionado a circulação anticiclônica e divergência em superfície. Efeitos do termo Diabático: Considerando inicialmente somente os efeitos do aquecimento diabático, este termo implica nas variações da vorticidade em superfície. Se este termo for negativo no HS, atuando como fonte de calor, este contribuirá para formação ciclônica, logo se for positiva no HS, atuando como sumidouro de calor, contribuirá para a formação anticiclônica. Efeitos do termo Adiabático: Relacionado a condições de estabilidade e instabilidade atmosférica. Para uma atmosfera estável, o termo adiabático geralmente tende a atuar como freio, tanto no desenvolvimento ciclônico como no anticiclônico. Um exemplo é o cavado a sotavento das montanhas, como mostra a figura abaixo.

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