quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O fator humano sobre a mudança climática


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Crédito: Getty Images.
É “muito provável” que as atividades humanas sejam “uma das principais causas do aquecimento” da Terra desde 1950, segundo um estudopublicado na revista Nature Geoscience. Segundo os autores, na época a contribuição dos fenômenos naturais para o aquecimento global, como a radiação solar, era “próxima a zero”.
A maioria das previsões sobre o aumento das temperaturas provocado pelos gases do efeito-estufa emprega uma técnica chamada “mapeamento ideal”, que envolve análises estatísticas de complexos modelos climáticos. "É uma técnica eficaz, mas para muita gente, é uma caixa preta", explica Reto Knutti, do Instituto de Ciência Climática e Atmosférica da Suíça, um dos co-autores do novo estudo.
Knutti e o pesquisador Markus Huber preferiram se concentrar na mensuração dos fatores que influenciam a quantidade de energia total do planeta – por exemplo, a radiação solar, a energia solar que deixa a Terra, o calor absorvido pelos oceanos e refletido pela neve e o gelo, assim como os efeitos dos gases-estufa. Os pesquisadores combinaram diferentes parâmetros milhares de vezes, utilizando um modelo bem mais simples.
Apesar das diferenças entre as técnicas, os resultados foram bastante similares aos encontrados por modelos existentes.
Levando em consideração todos esses fatores, os pesquisadores descobriram que o aquecimento da Terra deveria ter sido de 0,51°C nos últimos 60 anos, muito próximo do aumento observado anteriormente, de 0,55°C. Também descobriram que alterações na radiação solar foram responsáveis por mais de 0,07°C.
Mesmo considerando a possibilidade de uma “oscilação” natural aleatória no clima da Terra, ela dificilmente seria responsável por mais de 26% do aumento observado da temperatura; mesmo se o clima do planeta variasse três vezes mais que a média atual, ainda seria "extremamente improvável que a variabilidade interna produzisse uma tendência tão grande como a observada”, afirmam os autores do estudo.
Essas observações posteriores geraram manchetes como “75% do aquecimento global é causado pelo homem”. Mas como o climatologista Kevin Trenberth ressaltou em um e-mail publicado por Joe Romm no blogClimate Progress, essa visão é um tanto capciosa:
"Segundo o estudo, é muito provável que todo o aquecimento observado nos últimos 50 anos seja provocado por atividades humanas, enquanto a variabilidade natural pode ter contribuído com até 25% desse total em qualquer período comparável. A recente desaceleração do aumento da temperatura global sugere que a variabilidade natural contribuiu para equilibrar a ação humana".
De fato, o estudo da Nature Geoscience indica que, sozinhos, os gases do efeito-estufa deveriam ter aquecido o planeta em cerca de 0,85° C desde a década de 1950. A principal razão para as temperaturas globais não terem aumentado tanto é porque o aquecimento provocado pelodióxido de carbono e outros gases foi parcialmente neutralizado pelos mecanismos resfriadores dos aerossóis de sulfato, advindos de atividades industriais e erupções vulcânicas, que refletem a luz do Sol e desviam sua energia para o espaço.
Piers Forster, Professor de Mudança Climática da Universidade de Leeds, na Inglaterra, declarou ao blog Carbon Brief que o novo estudo é "bastante convincente”.
“As observações e a lei da conservação de energia demonstraram que os gases do efeito-estufa são responsáveis pelo aquecimento global, e este cenário alternativo viola essa lei da natureza. Demonstrações anteriores se basearam em modelos climáticos complexos, mas esta demonstração não precisou de tais modelos, apenas de observações cuidadosas da terra, do oceano e dos gases atmosféricos”, esclarece Foster.
Huber e Knutti concluíram que seu estudo, combinado com as evidências existentes, "levam a uma confiança ainda maior na influência humana como fator dominante para o aumento de temperatura observado desde a era pré-industrial”.


Fonte: Discovery Noticias - http://blogs.discoverybrasil.uol.com.br/noticias/clima/

Nicarágua: famílias são retiradas da área próxima ao vulcão San Cristóbal


O governo da Nicarágua reativou o alerta amarelo na região do vulcão San Cristóbal, que nesta quarta-feira voltou a expelir cinzas e gases, e removeu pelo menos 300 pessoas das proximidades do monte, que fica a 135 km da capital Manágua. O alerta vale para o Estado de Chinandega devido à possibilidade de erupção, segundo o Sistema Nacional para a Prevenção de Desastres (Sinapred).
A primeira-dama do país e também coordenadora do Conselho de Comunicação, Rosario Murillo, informou que na madrugada de terça para quarta-feira foram ouvidas pelo menos 15 explosões no vulcão. De acordo com as autoridades, a coluna de cinzas chega a 600 m de altura.
As localidades de Tonalá, Corinto, Chichigalpa e Puerto Morazán são as que ficam mais próximas do vulcão. O exército da Nicarágua enviou quatro equipes de apoio para a região, de acordo com o tenente-coronel Néstor Solís, chefe da Defesa Civil. O Sinapred também enviou cientistas ao local para avaliar o risco de uma grande erupção.
A última vez que o San Cristóbal registrou atividade foi em setembro deste ano. No entanto, em dezembro o vulcão voltou a expelir cinzas e o governo havia decretado alerta amarelo.

FONTE: Jornal do Brasil - http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2012/12/26/nicaragua-familias-sao-retiradas-da-area-proxima-ao-vulcao-san-cristobal/

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

México aprova lei contra mudança climática


México aprova lei contra mudança climática
Crédito da foto: Getty Images
Como o vulcão mexicano Popocatepetl continua expelindo cinzas e gases estufa, os próprios mexicanos decidiram se mobilizar para reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Uma lei recentemente aprovada pelo congresso mexicano reduzirá as emissões de dióxido de carbono em 30% até o ano de 2020, e em 50% até 2050, em relação às emissões registradas no ano 2000, informa aNature. Até o ano de 2024, 35% da energia elétrica do país deverá vir de fontes renováveis.
No entanto, tais leis podem se tornar um grande desafio para o México, que é a 11ª economia do mundo (e ocupa o mesmo lugar em emissão de gases estufa).
“Somos grandes criadores de leis. O problema é aplicá-las”, declarou àNature Juan Bezaury, especialista mexicano em políticas públicas. O país também tem a terceira maior reserva de petróleo do mundo, segundo a consultoria de petróleo DeGolyer and MacNaughton (com sede nos EUA), embora o jornal El Universal ressalte que boa parte dessa reserva não pode ser explorada com a tecnologia de hoje.
A produção da petrolífera estatal Petróleos Mexicanos já diminuiu de forma significativa na última década, e a opção pela energia renovável poderia afetar seriamente os cofres do governo mexicano.
Ainda assim, os legisladores mexicanos não parecem preocupados com a possibilidade de redução de combustíveis fósseis no México no futuro. A lei de mudança climática foi aprovada na câmara dos deputados doMéxico com 128 votos a favor e 10 contra. No senado, a aprovação foi unânime.
Talvez os membros da câmara pensem em aproveitar o sol dos desertos ou espalhar turbinas eólicas pelo litoral do país - ou talvez estejam apenas cansados da eterna poluição da Cidade do México.


Fonte: Discovery Noticias - http://blogs.discoverybrasil.uol.com.br/noticias/clima/

Derretimento de gelo na América do Sul poderia cobrir os EUA


A água do derretimento dos campos de gelo andinos ocorrido nos últimos doze anos seria suficiente para cobrir os Estados Unidos com uma camada de 3,3 centímetros de água, descobriu um novo estudo. A velocidade do derretimento aumentou cerca de 50% nesses doze anos, em comparação com os trinta anos anteriores.
Na verdade, somente a linha costeira dos EUA e a de todas as outras nações teriam que suportar essa quantidade imensa de água. A maior das duas regiões andinas, o Campo de Gelo do Sul da Patagônia, despejou cerca de 20 bilhões de toneladas de água por ano no oceano, o que contribuiu com cerca de 2% do aumento do nível do mar desde 1998.
Um estudo da Universidade de Cornell e do Centro de Estudos Científicos de Valdivia, no Chile, estudaram o recuo dos campos de gelo no norte e no sul da América do Sul usando dois satélites da NASA com sistemas de detecção distintos, o ASTER e o GRACE.
“Com o ASTER, temos uma boa ideia de onde as coisas estão mudando. Mas com o GRACE, podemos observar quando elas mudam. Agora podemos contar com esses potentes equipamentos híbridos”, declarou Michael Willis, autor principal do estudo e pesquisador-associado da Universidade de Cornell, em um comunicado à imprensa.
Os satélites revelaram que o Campo de Gelo do Sul da Patagônia está perdendo cerca de 1,8m de espessura por ano desde 2000.
“Descobrimos que algumas geleiras estão estagnadas e outras avançaram ligeiramente, mas em geral, o recuo e a redução de espessura têm prevalecido. Curiosamente, observamos essa redução nos locais mais elevados, onde presume-se que seja mais frio”.

fonte: Discovery Noticias - http://blogs.discoverybrasil.uol.com.br/noticias/clima/

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