quinta-feira, 17 de junho de 2010

A segunda onda

Intensa instabilidade atingiu o Rio Grande do Sul ontem com chuva forte e temporais. Em Pelotas e Rio Grande choveu forte ainda na madrugada. À tarde, precipitação muito rápida de granizo assustou a "fronteira da paz". Pedras de gelo do tamanho de bolas de pingue-pongue caíram em Livramento e Rivera (foto de Daniel Badra/Correio do Povo).




Na cidade uruguaia, pelo menos 200 casas tiveram os telhados danificados. Caiu granizo ainda em outros pontos do interior uruguaio. Ainda à tarde a chuva se intensificou em Porto Alegre com pancadas fortes a torrenciais, mas foi a partir das 20h de ontem que o quadro se deteriorou na Capital com raios nuvem-solo intensos e chuva de novo forte que perdurou até o começo do dia de hoje, acumulando em 12 horas de 50 a 70 milímetros em vários pontos do perímetros urbano.






O simples contraste entre ar frio ao Sul e ar quente ao Norte com transporte de umidade da Amazônia para o território gaúcho não explica a instabilidade intensa. O que foi determinante para os eventos severos foi a presença de duas correntes de jato (vento), uma de Noroeste a 1500 metros de altitude e outra com vento de 200 km/h entre 11 e 13 mil metros de altitude. Veja nos mapas abaixo a presença na tarde de ontem dos jatos de baixo níveis e o subtropical (altos níveis).















Entre amanhã e sábado, tal comovem se alertando, esperem uma "segunda onda" de mau tempo no Rio Grande do Sul com chuvarada e risco de temporais de granizo isolados, desta vez principalmente na Metade Norte gaúcha. Cidades como Cruz Alta, Passo Fundo e Caxias do Sul, dentre outras, podem ter elevados volumes de chuva na sexta e no sábado. A chuva antecederá ar frio que deve trazer madrugadas gélidas no início da semana. Poderão ser registradas as primeiras mínimas negativas do ano na área da Campanha e neste momento trabalha-se com a idéia de marcas de 2ºC a 4ºC nos bairros mais frios de Porto Alegre nas madrugadas de terça e quarta, mas não será surpresa se esta previsão for revisada para o intervalo de 0ºC a 2ºC para os pontos mais gelados da Capital à noite. A massa de ar polar do começo da próxima semana não deve ser intensa, contudo tende a ser muito seca, o que deve favorecer o acentuado resfriamento.



Autor: Eugenio Hackbart

Fonte: DIRETO DA METSUL

A volta do fenômeno La Niña

O Oceano Pacífico retornou à condição de La Niña, segundo a MetSul Meteorologia. Dados divulgados nesta segunda-feira pela NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera), órgão oficial de Meteorologia do governo dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Central chegou a -0,5ºC, valor inicial para caracterização de condições de La Niña. Veja na animação abaixo, que mostra as anomalias de temperatura do Pacífico entre a superfície e 450 metros de profundidade, como as águas profundas mais frias se ampliaram e alcançaram a superfície, colocando fim a ressurgência ao evento moderado a forte de El Niño de 2009/2010 e dando início ao que pode configurar o episódio de La Niña de 2010/2011 ou mesmo 2010/2012.
De acordo com o meteorologista Eugenio Hackbart, a transição de El Niño para La Niña foi muito rápida neste ano com velocidade raramente observada. "Até abril estávamos com El Niño e já temos condições de La Niña em junho após um período de neutralidade no oceano que foi relâmpago", comenta Hackbart. O diretor-geral da MetSul observa que o último episódio de La Niña atuou entre 2007 e 2009, quando o Estado experimentou invernos rigorosos e estiagens. Em nível planetário, a mudança de fase no Pacífico tende a ter forte impacto na temperatura global. Verificou-se acentuado declínio quando, por exemplo, da transição do Super El Niño de 1997/1998 para o La Niña forte de 1999/2000 assim como do El Niño de 2007 para o La Niña moderado a forte de 2007/2009.


O fenômeno La Niña, historicamente, traz redução da chuva no Rio Grande do Sul, especialmente durante o verão. No inverno, as massas de ar frio tendem a ser mais intensas e freqüentes. O meteorologista Eugenio Hackbart pondera que como recém as condições de La Niña foram atingidas no Pacífico, o impacto maior na temperatura deve ocorrer na segunda metade do inverno e na primavera, quando os gaúchos podem experimentar importantes episódios de frio, alguns muito tardios, o que pode afetar a agricultura. Já a redução mais acentuada da chuva ocorreria em direção ao final do ano. A possibilidade de volta do La Niña em 2010 era antecipada aos clientes pela MetSul desde o segundo semestre do ano passado.




Autor: Alexandre Amaral de Aguiar

Fonte: DIRETO DA METSUL

Imprensa da África: "Maior neve em 50 anos"

A quarta-feira (16/06) amanheceu com marcas extremante baixas na África do Sul. Entre as sedes do Mundial, os boletins Synop dos aeroportos acusaram mínimas de -6,0ºC em Johanesburgo; -7,0ºC em Bloemfontein; 1ºC em Pretoria; 8,3ºC em Cape Town; 9,6ºC em Porto Elizabeth; e 4ºC em Durban Louis Botha. Várias estações do país, contudo, chegaram a registrar 10 abaixo de zero ou menos na últimas noite. O frio que encarangou o país da Copa do Mundo está na capa dos jornais da África do Sul nesta quarta-feira.
Quando anunciamos que haveria uma onda de frio poderosa no país pelo Twitter da MetSul Meteorologia (@metsul) brincamos que as vuvuzelas iriam congelar. Está é a brincadeira hoje de um dos chargistas da imprensa sul-africana.







Extensas áreas das partes mais altas da província do cabo seguem cobertas de neve. Para o jornal Weekend Post, foi a maior nevada em algumas áreas, como nas montanhas de Swartberg, dos últimos 50 anos.

A notícia publicada pelo jornal destaca que os fazendeiros locais recordam ter visto neve semelhante somente em 1977, aliás, o ano análogo que mencionamos como o que comandou o último inverno dos Estados Unidos.




Autor: Alexandre Amaral de Aguiar

fonte: DIRETO DA METSUL

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Rodrigo Alvarez fala como é estar cara a cara com tornado: “Pura adrenalina”

Em chat com os internautas, repórter fala dos medos e emoções de ficar diante do fenômeno meteorológico. O Fantástico do domingo (06) mostrou uma reportagem surpreendente sobre os tornados nos Estados Unidos. Em um bate-papo com os internautas após o programa, o repórter Rodrigo Alvarez falou sobre os bastidores dessa experiência e revelou que não teve medo de encarar os tornados. Confira os principais trechos deste bate-papo.
O risco da reportagem
“Ficar quase a 300 metros de um tornado é um grande risco. O vento pode aumentar e vir em nossa direção. Se o tornado se formasse quando estávamos no meio do campo era provável que tivéssemos que sair correndo na direção contrária. Mas o grande charme desta profissão é justamente este: estar maravilhado e apaixonado diante de uma situação estranha e de perigo”. saiba mais
Medo e emoção
“Só temos medo quando não podemos fazer nada. Ao estarmos dentro de um avião caindo, por exemplo, morremos de medo porque não temos nada para fazer. Mas quando você tem algum controle da situação é pura 'adrenalina'. E nós estávamos prontos para agir. Eu já tinha visto muitos tornados se formando, mas não se completando. Quando eu vi, pela janela do carro, o tornado descendo e tocando o chão, pude oficialmente chamar aquilo de tornado. Foi lindo”.
Como a população se protege
“Nessa região, a população é acostumada a acordar e olhar a previsão do tempo. A própria televisão americana avisa a todo tempo sobre a possibilidade ou não de haver um tornado. Ao mínimo sinal de uma tempestade, as pessoas são alertadas pelas autoridades via rádio, televisão e até mesmo internet. Além disso, no porão das casas há abrigos anti-tornado, nos quais os moradores descem e ficam trancados em segurança. Os banheiros dos aeroportos também oferecem áreas de proteção contra tornados. Na verdade, todo lugar tem uma proteção e as pessoas sabem disso”.
Aprendizado
“Depois de ver um fenômeno dessa magnitude tão de perto, a experiência de viver ficou mais interessante. Também aprendi muito sobre meteorologia. É interessante ver como os cálculos meteorológicos são feitos. A partir de agora, quando vir algumas nuvens no céu, posso arriscar se terá ou não um tornado. Brincadeira”!
Fonte: G1.com

Equipe do Fantástico fica a poucos metros de um tornado

Acredita-se que o principal fator pra formação de um tornado é o encontro de ventos com velocidades e temperaturas diferentes, que provocam uma reação violenta no interior da nuvem.
Depois de enfrentar ventanias terríveis e tempestades de gelo, nossos repórteres chegam a poucos metros de um tornado. Veja na reportagem de Rodrigo Alvarez e Luiz Cláudio Azevedo. Sair à caça deles é como procurar uma agulha num país inteiro. Atravessamos seis estados americanos. Foram 6.115 quilômetros de estrada, oito dias de pouco descanso e muita trovoada.
Na chegada ao Colorado, a placa do aeroporto alerta, a ventania anuncia e o nome de guerra do nosso guia nos dá ainda mais confiança: Tim Tornado, há 15 anos na cola dos tornados.
Paixão? Tempestades. Filosofia: "Depois que você vê o primeiro tornado você fica viciado", afirma o guia. E uma promessa: "A gente vai direto pra tempestade mais perigosa para ver o tornado”, comemora Tim.
São 400 quilômetros de Denver, no Colorado, até Alliance, no estado de Nebraska. Nas planícies do meio-oeste americano acontecem mais de mil tornados por ano e meteorologia prevê uma grande chance para nossa estreia: 30% de probabilidade. Quando nos aproximamos da primeira tempestade. Tim Tornado cumpre a promessa.
"Aquela nuvem ali está tentando formar um tornado, temos que tomar muito cuidado", alerta o guia que volta correndo para checar informações do radar. E os caçadores de tornados são agora presa fácil pra tempestade enfurecida. Pouco depois, surge a primeira imagem do que se poderia chamar um tornado.
Rumo ao sul, mais 410 quilômetros até Goodland, no Kansas. E uma rara surpresa: dois tornados ao mesmo tempo. Os dois tornados vistos de longe são o sinal de que na região existe uma grande tempestade.
Mas quando chega a noite, os ventos se acalmam e a aventura fica pro dia seguinte. Cerca de 350 quilômetros depois... Nas planícies no planalto do Colorado, um quase-tornado. Nuvens gigantes e em forma de cogumelo são conhecidas pela ciência como super-célula. Viajam desgarradas do resto da tempestade e, o mais importante, girando... numa espiral que parece infinita.
Acredita-se que o principal fator pra formação de um tornado é o encontro de ventos com velocidades e temperaturas diferentes, que provocam uma reação violenta no interior da nuvem. Mas porque eles se formam em menos de 1% dessas nuvens gigantes? Porque só é possível prevê-los 13 minutos antes de sua formação?
"Há muitas tempestades que parecem estar a ponto de produzir um tornado, mas isso não acontece", explica Josh Wurman, diretor do projeto Vortex.
"Deve haver algo no ambiente que interrompe a formação do tornado. Será que o ar lá embaixo esta muito frio? Muito quente? Tem muito vapor? Pouca chuva? Ainda não sabemos”, ele conclui.
O projeto Vortex é a maior pesquisa científica sobre tornados da história. Ele viaja os Estados Unidos atrás de super-nuvens. Cento e vinte pesquisadores no campo de batalha.
As equipes dispõem de câmeras de alta-definição. São 12 radares para entender os movimentos atmosféricos. Mas o raro fenômeno se esconde até da ciência.
Foram mais três dias de estrada, belíssimas paisagens e até o momento nenhum tornado. Mas ganhamos nova companhia.
O roqueiro Jeremy Dawson é tecladista de uma banda de rock. Ele convidou os amigos e, temporariamente, trocou o teclado pelos tornados.
Já Andy Gabrielson, de 23 anos, caçador de tornados profissional. Ele leva dois assistentes para ir atrás das tempestades.
O tornado quase se forma, mas a super-nuvem avança pela planície. E quando a gente menos espera, com o carro na estrada, seguindo a super-nuvem, o mistério finalmente despenca diante de nós. Não há a menor dúvida: um tornado se forma à frente. Ele toca o solo no momento em que a equipe se aproxima.
É um momento impressionante, um momento raro da natureza. Uma grande ventania é provocada pela passagem do tornado.
Depois de 15 minutos de espetáculo, o tornado começa a desaparecer. Na sequência, começa uma chuva de granizo. Cai uma forte geada. São pedras grandes de gelo, fica até difícil continuar. O vento aumenta, derruba nossa câmera. E quase leva a porta do carro.
Às 19h, no estado americano do Colorado, o segundo tornado começa a pouquíssimos metros. É um dia incrível, porque a previsão do tempo falava que não haveria tornados a probabilidade era mínima: 2%, nem aparecia nos relatórios meteorológicos. Quando o novo tornado termina, a gente reencontra os roqueiros. "Senti muita adrenalina", revela Jeremy Dawson. "Foi tão assustador!", confessa Lauren Fortner. "Inacreditável, um dos melhores dias da minha vida", diz Floris Girman. Sem dúvida: um show da natureza, um dia pra nunca mais esquecer.
Fonte: G1.com

Últimas dos Blogs