terça-feira, 20 de setembro de 2011

Editora se desculpa por 'erro' em divulgação de novo atlas geográfico


Publicação causou polêmica por ter dados sobre o degelo da Groelândia.
Cientistas contestam informação; empresa afirma que livro está correto.


A editora Times Books, responsável por publicar um novo atlas geográfico que causou polêmica no meio científico, divulgou comunicado nesta terça-feira (20) admitindo erro em informações utilizadas na campanha de lançamento da publicação.
De acordo com a empresa, nas divulgações feitas à mídia sobre o novo livro, a cobertura de gelo na Groelândia teria reduzido 15% nos últimos 12 anos e deixado à mostra uma cobertura de terra equivalente ao Reino Unido e a Irlanda juntos.
A informação foi questionada por especialistas britânicos do grupo do instituto de pesquisa Scott Polar, da Universidade de Cambridge, que acredita que o degelo foi de apenas 1% para o mesmo período.
No comunicado, a editora admitiu que a publicidade sobre as estatísticas eram enganosas, mas negou que o livro continha dados errados. “Chegamos ao dado do derretimento comparando a extensão da cobertura de gelo entre a 10ª e a 13ª edição (1999 contra 2011) do atlas. A conclusão que tivemos, que 15% da cobertura do gelo tinha derretido, foi destacado em um comunicado à imprensa e não no atlas”, informava a nota.
"Isso foi feito sem consultar a comunidade científica e estava errado. Pedimos desculpas por isso", afirmou o comunicado, que também defendeu a precisão dos novos mapas publicados no atlas.
Mapa do Times Atlas (à esquerda) mostra regiões litorâneas descobertas, como se não tivessem gelo, informação desmentida por imagens de satélites da Nasa (à direita) (Foto: Daily Telegraph / Reprodução)Mapa do Times Atlas (à esquerda) mostra regiões litorâneas descobertas, como se não tivessem gelo, informação desmentida por imagens de satélites da Nasa (à direita) (Foto: Daily Telegraph / Reprodução)
Novo livro
A nova versão da publicação foi atualizada para dar conta das alterações no mundo por conta do aquecimento global. A edição anterior era de 2007.
Os cientistas de Cambridge afirmam que não existe evidência científica na literatura sobre o assunto para apoiar a afirmação feita pelo atlas. Uma hipótese levantada pelos pesquisadores é de que os cartógrafos responsáveis pela publicação teriam interpretado de maneira errada dados sobre a elevação da cobertura de gelo na ilha. Eles teriam considerado como livres de gelo algumas áreas abaixo de um certo patamar de altitude.
Apesar de desmentir o atlas, os cientistas alertam que a ameaça do aquecimento global é real, mesmo que glaciares sejam reduzidos a uma taxa muito menor do que as expressa na publicação - 0,2% por ano ao invés de 1,5%.
Um porta-voz da publicação - que não pertence diretamente ao jornal britânico The Times - disse que os dados do atlas foram baseados em informações fornecidas pelo Centro de Gelo e Neve norte-americano (NSIDC, na sigla em inglês), órgão do governo dos Estados Unidos responsável por monitorar o degelo em muitas regiões do globo.
* Com informações da France Presse, dos jornais britânico Daily Telegraph e The Guardian, além da BBC.






FONTE:
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/09/editora-se-desculpa-por-erro-em-divulgacao-de-novo-atlas-geografico.html

Nasa esclarece rumores sobre cometa Elenin


São Paulo- Desde que foi descoberto, em dezembro do ano passado, o cometa Elenin passou a ser o centro de uma série de teorias conspiratórias/apocalípticas na internet.
Para tentar acalmar os ânimos, a Nasa divulgou um comunicado esclarecendo que o corpo celeste não irá afetar, de forma alguma, a Terra.
No dia 16 de outubro, quanto estiver na sua proximidade máxima do planeta, o Elenin estará a 35 milhões de km de nós - uma distância de 90 vezes a da Terra à Lua.
Oficialmente chamado de C/2010 X1, ele foi detectado em dezembro de 2010 por Leonid Elenin, um observador de Lyubertsy, na Rússia, que fez a descoberta remotamente com um observatório no Novo México. Na época, o cometa estava a 647 milhões de km da Terra.
O achado disparou uma série de rumores, e a Nasa recebeu centenas de perguntas a respeito do cometa. Após observar durante meses sua trajetória, a agência espacial esclarece, em primeiro lugar, que não há nada incomum com a descoberta – e nem com o fato de a agência monitorar seu caminho. Há, inclusive, um programa especial de observação de objetos próximos à Terra que monitora, constantemente, centenas de corpos celestes. O Elenin é apenas mais um da lista.
Fim do mundo?
Boatos na internet especulavam sobre um suposto alinhamento do cometa com outros objetos celestes, um fato que poderia causar sérias consequências na Terra.
Uma das teorias dizia que ele poderia puxar a trajetória do Cometa Honda, ou alterar a rota de uma anã-marrom em nosso Sistema Solar. A Nasa desmente todos esses rumores. Segundo ela, qualquer alinhamento com outros corpos é mínimo e não oferece risco. Não existe, também, nenhuma anã-marrom no nosso sistema. Esses corpos são um tipo de estrela facilmente detectada em infravermelho e, caso existisse um perto de nós, teria sido observado.
Outra teoria dizia que o cometa bloquearia o Sol por três dias – mais uma inverdade, segundo a agência. Em primeiro lugar, porque,  visto da Terra, o Elenin nem passará na frente do Sol. E, segundo, porque, mesmo que passasse, ele não teria efeito algum: possui apenas entre 3 e 5 km de diâmetro, enquanto o Sol possui 1.392.082 de km.
Para os interessados em observar a passagem do cometa, a Nasa informa que ele deve parecer mais brilhante no dia 16 de outubro, pouco antes de sua aproximação máxima da Terra. Infelizmente, ainda não há certeza se ele será visível a olho nu.
Uma coisa, no entanto, a Nasa afirma: depois de passar pro nós, o Elenin seguirá sua trajetória e, por milhares de anos, não ouviremos falar dele.
FONTE:

Estrutura Richat

A Estrutura de Richat ou domo de Richat, apelidada de "Olho da África", é uma estrutura circular situada próxima a Ouadane, na Mauritânia, no meio do deserto do Saara. Possui cerca de 50 quilômetros de diâmetro, e só pode ser visível em sua totalidade do espaço sideral. Descoberta em 1965 por uma missão Gemini americana, permanece um enigma científico raríssimo. Pelas últimas interpretações geológicas, seria o resultado duma erupção vulcânica atípica, ocorrida há 100 milhões de anos, no período cretáceo, que posteriormente teriam afundado devido a um longo processo de erosão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

  

Sempre nesta época do ano é comum a menção à chamada Tormenta de Santa Rosa. A crença popular é que ela ocorre ao redor do dia 30 de agosto, às vezes alguns dias antes, às vezes alguns dias depois. Muitos consideram um dos piores temporais do ano. O nome da tempestade está associado à Santa Rosa de Lima, padroeira das Américas, mas o que é mito e o que é realidade em se tratando da Tormenta de Santa Rosa.
 Isabel Flores de Oliva nasceu em Lima no Peru em 30 de abril de 1586 e morreu na madrugada de 24 de agosto de 1617. Foi beatifica com o nome de Rosa. Diz a história que em 1615, ante a proximidade de forças inimigas na costa peruana, as autoridades eclesiásticas ordenaram orações por todos os monastérios da região. Rosa, na capela de San Gerónimo, fazia as suas preces. De repente, uma grande tempestade impediu o desembarque das forças inimigas e a cidade foi salva. Os mais ardorosos fiéis atribuíram a tormenta às orações de Rosa. Na região do Prata, onde a crença na Tormenta de Santa Rosa é maior, se observou que ao longo dos anos era grande a freqüência de temporais a cada 30 de agosto durante as festividades da santa. Assim, nasceu a crença em torno da tormenta.
Todos os estudos publicados até hoje apontam que a Tormenta de Santa Rosa nada mais é que a primeira tempestade que se costuma produzir nas latitudes médias no final do inverno, entre a última semana de agosto e a primeira de setembro. Com a proximidade do equinócio da primavera, a atmosfera começa a sofrer alterações nos movimentos de circulação do vento. O avanço de ar mais quente do norte, a crescente radiação solar e a entrada de perturbações atmosféricas a partir do sul e oeste tendem a favorecer a ocorrência de temporais no final do inverno, em datas próximas ao dia 30 de agosto. Estas perturbações estão associadas ainda ao ar muito frio que permanece no sul da América. Apesar da crença que a Tormenta de Santa Rosa seja a mais forte do ano, a realidade estatística não comprova esta conclusão do imaginário popular.
A seguinte tabela mostra os resultados da análise de freqüência da Tormenta de Santa Rosa na cidade de Buenos Aires em datas próximas do 30 de agosto (cinco dias antes e cinco dias depois) com base nos dados entre 1861 e 2003. O critério adotado foi verificar o número de dias com temporal e a precipitação acumulada até o final do período. O resultado final indica que durante mais de um século de observações se verificaram tormentas apenas em dezesseis oportunidades ao redor do dia de Santa Rosa de Lima.
AnoDataPrecipitação
187030 de agosto28,0 mm
187629 e 30 de agosto73,0 mm
192229 de agosto a 1º de setembro80,3 mm
192327 de agosto a 3 de setembro89,5 mm
194231 de agosto a 2 de setembro98,4 mm
195629 a 31 de agosto96,7 mm
195930 de agosto a 1º de setembro55,1 mm
198326 a 31 de agosto59,8 mm
198629 de agosto a 3 de setembro67,9 mm
199229 de agosto a 2 de setembro54,3 mm
199330 de agosto a 1º de setembro49,4 mm
199431 de agosto a 2 de setembro39,5 mm
199625 e 26 de agosto22,0 mm
200126 e 27 de agosto59,0 mm
200228 de agosto12,6 mm
20033 a 7 de setembro87,6 mm
Dos dezesseis casos registrados pelo Servicio Meteorológico Nacional da Argentina em mais de um século, sete tiveram lugar a partir do ano de 1991. Em 2003, o começo de setembro foi extremamente chuvoso com a atuação de uma forte área de instabilidade sobre a Província de Buenos Aires.
No Rio Grande do Sul, a crença em torno da Tormenta de Santa Rosa é menor que nos países do Prata, mas na fronteira ela é muito conhecida, especialmente nas cidades limítrofes com o Uruguai. O estado gaúcho, devido ao seu posicionamento geográfico, é uma das áreas sujeitas à tempestade associada ao nome de Santa Rosa de Lima. Em 2005, no dia 29 de agosto, uma série de intensos temporais atingiu o Rio Grande do Sul. Em Bagé, pedras de gelo com cinco a seis centímetros de diâmetro danificaram os telhados de 230 residências. O mais violento temporal ocorreu à noite no norte do estado, onde um poderoso tornado arrasou a pequena cidade de Muitos Capões.
A tormenta de Santa Rosa não é observada em toda a Argentina, logo províncias como Mendoza e Salta raramente registram o episódio. O temporal é mais comum em províncias centrais como Buenos Aires, Córdoba, Entre Rios, Santa Fé, além do Uruguai e do Rio Grande do Sul.
 Narra a lenda que Rosa era uma linda menina da cidade de Lima que decidiu manter a castidade para se entregar à obra e ao sacrifício de Deus. Aos catorze anos, ao olhar uma imagem de Cristo e contemplar sua coroa de espinhos, decidiu imitar o gesto. Os escritores que se dedicaram a sua briografia contam que a coroa era de estanho fundido e que provocou grave sangramento na menina. Aos dezenove anos, convencida que sua beleza era um convite ao pecado, Rosa se imolou e acabou se integrando a um convento, onde constantemente cometia sacrifícios e atentados aos próprio corpo como sinal de devoção. Faleceu aos trinta e um anos de idade, em 24 de agosto de 1617. O Papa Clemente X proclamou Rosa padroeira das Américas e santa em 12 de abril de 1671. A vida da santa foi objeto de uma biografia escrita por Leopoldo Marechal chamada "La Vida de Santa Rosa de Lima" e que foi editada em 1943. A crença da tempestade se manteve por séculos e ainda hoje alguns acreditam que, após o céu limpar, o céu fica dourado em substituição ao arco-íris.

Alexandre Amaral de Aguiar - 29/08/2006

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