segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O tempo ficou louco?

Para os especialistas, os fenômenos meteorológicos seguem uma lógica própria; o que aumentou foi a percepção do clima

Publicado em 07/10/2009 | Guilherme Voitch

A moça do tempo errou na previsão e seu carro transformou-se em um iate no meio das ruas alagadas. Seu fim de semana em Santa Cata­rina resumiu-se a consertar o te­­lhado, que foi quase todo destruído pela ventania. As quatro estações parecem se alternar em um mesmo dia, e as crianças já aprendem na escola que “sim, nós temos furacões!” A sequência de eventos que tem feito parte do cotidiano dos brasileiros leva à pergunta: o tempo, afinal, enlouqueceu, de uma hora para outra?

Para quem estuda e trabalha com fenômenos climáticos e sua face cotidiana, o tempo, não é possível cravar o sim como resposta. Segundo os cientistas, a maioria dos fenômenos meteorológicos mantém um padrão de ocorrência em determinadas épocas do ano e re­­giões. Mesmo aqueles que em teo­­ria são inesperados, como o Ca­­ta­rina, estão dentro de uma lógica de previsibilidade.

O que mudou foi a percepção desses acontecimentos. Os exemplos clássicos são os tornados. “A urbanização e a expansão dos limites de moradia são constantes. Há dez anos não tínhamos ninguém em locais onde hoje temos vilas in­­teiras”, diz o meteorologista do Si­­mepar Samuel Braun. Com mais gente atingida pelos tornados, é maior a sensação de que eles au­­men­­taram. Um estudo do Labo­ra­tório Nacional de Tempestades Severas, instituição americana que estuda fenômenos climáticos, mostra que a região compreendida pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, oeste do Para­ná e norte da Argen­tina e Paraguai é a segunda maior área em incidência de tornados do mundo. Per­de apenas para a planície central dos Estados Unidos como área mais propícia para o fenômeno. E não existe ne­­nhuma indicação de que essa posição deva-se a algum fenômeno recente, como o aquecimento global.

“A meteorologia brasileira é muito nova. Começa na década de 60. Pode ser que estejamos passando por uma fase cíclica de aumento desses fenômenos. Pode ser. Mas pela base de dados que temos, só é possível dizer que as ocorrências estão dentro do que se pode esperar da primavera e da região Sul”, diz a meteorologista Mônica Lima, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe).

A própria imprensa ajuda a se falar mais do tempo e com isso ampliar a repercussão do assunto. “Quando eu comecei aqui, fazíamos raros atendimentos à imprensa, hoje são dezenas, centenas de veículos, entre rádios e sites que nos ligam. Tem muito mais gente se informando sobre o tempo”, ressalta Braun.

Como explicar então o Catari­na, que mudou algumas convicções dos estudiosos sobre o clima brasileiro? “Foi de fato o primeiro registro de um ciclone em terras brasileiras. Pode até ter havido outro, mas não há registros”, afirma Mônica.

Apesar do ineditismo, o Catari­na não foi um evento sem explicação. De acordo com o professor da Uninter e doutor em Meio Ambien­te Rodrigo Berté, o ciclone brasileiro é, em parte, resultado das alterações de temperatura no Atlântico Sul. Segundo ele, essas mudanças ocorrem de forma sistemática no clima mundial, de tempos em tempos. A discussão gira sobre a velocidade e o grau de participação do homem nessas alterações. “Entendo que a emissão de dióxido de carbono e o desmatamento da Amazônia influenciam, sim, no clima da Terra. Mas um ciclone por aqui continua sendo improvável. Não dá para dizer que tudo vai mudar de repente e o mundo vai acabar amanhã por causa do aquecimento global. A humanidade pode se adaptar às mudanças.”

Braun vai na mesma linha e faz a compração com a neve em Curi­tiba, em 1975. “Parecia um sinal de uma mudança drástica no clima. De lá para cá nunca mais nevou. Existe a possibilidade de neve e de ciclone? Existe, mas permanece bastante remota.”

Fonte: Gazeta do Povo

Topografia e geografia são favoráveis

Ernani Nascimento, professor de meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (RS), afirma que a geografia e a topografia da região Sul do Brasil influenciam a ocorrência dos tornados. O corredor de tornados da América do Sul situa-se na topografia plana do pampa, a leste dos Andes. Na planície norte-americana, o fenômeno costuma surgir ao lado das montanhas rochosas. O Serviço Meteorológico Nacional da Argentina concluiu que Misiones foi atingida em 10 de setembro por um ciclone tipo F4, numa classificação que vai de F0 a F5. A escala Fujita, criada em 1971 para medir a intensidade dos tornados, define o F4 como “devastador”, categoria em que a velocidade dos ventos é estimada entre 333 e 421 quilômetros por hora. Os estragos se espalharam numa faixa de mil metros de largura e 15 km de extensão, perto da fronteira com Santa Catarina. Fonte: Diario Catarinense - 5 de outubro de 2009 | N° 8582

domingo, 25 de outubro de 2009

Entrevista do Evento 350.org - Aquecimento Global. Ação Global. Futuro Global.

Caros amigos, Ontem em Nova Iorque tive uma das mais espantosas experiências da minha vida. Enquanto eu estava ali olhando e vendo as imagens que enchiam o écran vindas de cada canto do mundo, eu vi finalmente que aspeto tem um movimento climático - e era lindo de se ver. Foi tão doce ver o dia se desenrolar pelo globo, com milhares e milhares de imagens aparecendo, por vezes uma dúzia a cada minuto! Esta tarde, nossa equipe as passou onde todo o mundo pudesse vê-las - nos maiores écrans da Times Square, no centro da cidade de Nova Iorque. Tem fotos de alpinistas segurando cartazes da 350 bem no alto das geleiras da Suíça, paradas de bicicleta desde Copenhague a São Francisco, organizadores na Papuásia batendo o gongo de sua igreja 350 vezes e igrejas em Barcelona tocando seus sinos 350 vezes. Fotos de ativistas protestando contra centrais movidas a carvão e incentivando parques eólicos, estudantes com t-shirts da 350 consertando suas casas atingidas pelas cheias em Manila e de milhares de pessoas desfilando em Bogotá e Katmandu. Fotos de gente de diferentes raças e classes, religiões e nacionalidades, se unindo em torno de um simples e poderoso número, querendo salvar nosso planeta. E todas essas fotos foram vistas em redor do mundo, em jornais de Beijing a Boston, em estações de TV de Nova Delhi a Nova Iorque, e em blogs, redes sociais, e websites por toda a internet. Todos juntos, mostramos para o mundo que um tratado global de clima é possível e traçamos um objetivo bem ousado para as próximas reuniões de clima da ONU em Copenhague esse Dezembro. A meta dos 350 é agora a nova linha mestra para a ação climática e os líderes mundiais têm agora de ir encontro a esta meta. Pensamos que fôssemos estar cansados depois de tantas noites sem dormir planejando esse dia, mas afinal estamos mais enérgicos que nunca. Estamos nos preparando para entregar as fotos e mensagens de vossos eventos em todas as delegações nacionais da ONU amanhã, e tencionamos entregar as fotos a ministros importantes nas próximas negociações de clima em Barcelona e Copenhague. Por isso se você não fez ainda upload das melhores fotos de seu evento, por favor o faça imediatamente através desse link! www.350.org/pt/report Ou envie eles para nós através do e-mail photos@350.org, colocando sua Cidade e País no Assunto. Lhe agradecemos mais do que podemos dizer. Vamos (é claro) pedir a você para fazer mais um monte de coisas nas semanas que se seguem - mas hoje, se recoste, relaxe, olhe as fotos em 350.org, e saboreie seu feito. Você foi parte do mais abrangente dia de ação política que o mundo alguma vez viu. Junto com milhões de pessoas em todo o mundo, você já fez diferença para valer - se prepare para fazer muito mais nos dias, semanas e meses que estão para vir. Com esperança, Bill McKibben e toda a Equipe da 350.org 350.org é uma campanha internacional de bases que tem por fim mobilizar um movimento global de clima, unido pelo mesmo apelo à ação. Disseminando um conhecimento das bases científicas e uma visão partilhada de uma política justa, procuramos garantir que o mundo crie soluções corajosas e igualitárias para a crise climática. 350.org é um projeto independente e sem fins lucrativos.

Temporal derruba temperaturas no RS

Em Porto Alegre foram registradas rajadas de vento de 69 km/h

Atualizada às 13h39min

A chegada da frente fria e do temporal que se abateu sobre o Rio Grande do Sul derrubou a temperatura em diversas partes do Estado. A mínima de hoje foi 11ºC em Livramento, conforme os registros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em Porto Alegre foram registradas rajadas de vento de 69 km/h. A ventania atingiu principalmente o Chuí, onde chegou a 101 km/h, e Quaraí, onde alcançou 95 km/h. Nesse município, a temperatura despencou de 23,6°C para 14,1°C entre as 6h e as 7h. A precipitação chegou com mais força à Fronteira Oeste. Em Alegrete, a chuva se iniciou no começo da manhã e, até as 8h30min, acumulou 37,8 milímetros - o equivalente a um terço da média prevista para todo o mês. Em Uruguaiana, onde os termômetros marcavam 25°C no fim da noite de sexta-feira, o tempo virou de madrugada e a chuva começou por volta das 4h. Às 8h, havia chovido 27,8 milímetros (quase um quinto da média mensal), e a temperatura havia despencado para 15°C. Amanhã a frente fria deixa o Estado e, pela manhã, não se descarta alguns períodos de garoa entre a Serra e a Região Metropolitana, mas à tarde resta apenas as nuvens sem condição de chuva. Sem energia A chuva forte deste sábado deixou 10 mil clientes da AES Sul sem energia elétrica em toda a Fronteira Oeste. A normalização do fornecimento estava prevista para ocorrer até o final da manhã, conforme a companhia. Na área da CEEE, são cerca de 450 às escuras em pontos isolados de Porto Alegre, Região Metropolitana, Bagé, Pelotas e Camaquã.

ZEROHORA

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